País

Na costa alentejana há uma adega no fundo do mar onde o vinho ganha outro sabor

O projeto, que é pioneiro em Portugal, já enviou milhares de garrafas para as profundezas e todas elas são únicas. Algumas podem valer milhares de euros em leilão.

Marco Mariano

Marta Candeias Ferreira

Joaquim Parrinha lançou os primeiros lotes de vinho ao mar em 2013. Agrónomo de formação, quis testar a influência do meio ambiente nas garrafas para criar um produto que representasse a costa alentejana. Assim nasceu a Adega do Mar, em Sines.

Com o tempo, a equipa percebeu que a pressão, a temperatura e a própria ausência de luz aceleravam o envelhecimento do vinho e aprimoravam os aromas de cada casta. O processo ainda é longo: alguns tintos, por exemplo, só se podem "pescar" ao fim de dois anos.

O projeto soma, ao todo, 26 produtores do Douro ao Algarve. A Quinta Brejinho da Costa, em Grândola, foi das primeiras a acreditar no projeto. Só este ano, já enviou para as profundezas cerca de 600 garrafas.

O vinho é testado semanalmente por enólogos. Só depois mergulha no oceano, bem lacrado, para que o ambiente faça o resto.

O que começou como uma simples experiência, virou atração turística. E, quem quiser, pode ir a Sines resgatar o próprio vinho. O preço das garrafas começa nos 50 euros e varia consoante as produções.

A Adega do Mar tem quatro localizações ao largo de Sines. Costuma submergir entre 16 mil e 20 mil garrafas por ano e há cada vez mais estrangeiros interessados no projeto.

Últimas