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"É uma frustração": trabalhadoras da Têxtil Passos no Porto encontraram empresa de portas fechadas após férias

Trinta trabalhadoras da Têxtil Passos, no Porto, encontraram a fábrica encerrada no regresso de férias. Ficaram sem emprego, sem salário de agosto, sem subsídio de férias e sem qualquer explicação por parte da empresa.

Kathleen Araújo

Luis Dinis

Miguel Castro

Depois das férias, e de baterias carregadas, o regresso ao trabalho transformou-se num pesadelo. As portas da Têxtil Passos, na freguesia do Bonfim, estavam fechadas. Do outro lado, ficaram as trabalhadoras, incrédulas e em choque.

"Fomos sempre diretas com a patroa e ela connosco. Quando havia qualquer problema ou qualquer dúvida conversávamos todas e tentávamos resolver as coisas, mas desta vez não foi assim (...) ela fechou a porta sem dizer nada a ninguém", explicou Maria Luísa Santos, trabalhadora da empresa têxtil.
"Para mim, é uma frustração. Conheço estas pessoas há mais de 30 anos e o lema deles era: ‘um dia que sentissem a empresa a afundar, tinham uma conversa connosco’,” acrescentou a funcionária Júlia Amaral.

Magoadas pela falta de consideração, 30 mulheres que, até há poucas semanas, mantinham viva a rotina da fábrica, ficam agora sem rumo. O subsídio de férias não foi pago e o salário de agosto também não.

"As pessoas estão numa dificuldade tremenda", garantiu a funcionária Isabel Mota.
"Já não houve dinheiro em agosto e agora este mês já estamos a ver que também não vamos ter", acrescentou Isabel Ferreira, também trabalhadora.

Entre a incerteza e a revolta, as funcionárias garantem que não houve quebras na produção e esperam por soluções que tardam.

A SIC pediu esclarecimentos à direção da Têxtil Passos, mas não obteve resposta.

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