Um bebé nasceu na quinta-feira, ao final da tarde, no IC21, a caminho do Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Quando a ambulância se fez à estrada, já a família tinha sido obrigada a parar na berma da autoestrada, perto das portagens de Coina. Marido e mãe da grávida, de 33 anos, tiveram que sozinhos, ali, sem ajuda, realizar o parto.
"Deslocámos para o local uma equipa, que chegou ao local às 17:57 e viram que o parto já tinha sido realizado", conta José Ferreira, 2.º Comandante dos Bombeiros Voluntários do Barreiro.
A mobilização de meios do INEM acontece já depois da grávida, em trabalho de parto às 37 semanas, ter encontrado a urgência de obstetrícia do hospital do Barreiro encerrada.
Ainda ligou à emergência médica, mas dificuldades na comunicação levaram a grávida e a família a fazerem-se à estrada na própria viatura rumo ao hospital de Almada. Quando voltaram a ligar para o INEM, já o bebé estava nos braços da mãe.
Aos bombeiros, restou-lhes transportar ambos no resto da viagem. Acabou bem, mas os bombeiros não escondem a ansiedade pela intermitência dos serviços de obstetrícia na Península de Setúbal.
Segundo a Federação Nacional dos Médicos, já 36 partos foram realizados em ambulâncias em todo o país desde o início do ano.
A região de Setúbal tem sido particularmente afetada. Só na ultima semana, duas grávidas perderam os bebés. Uma, depois de ter sido assistida em cinco unidades de saúde, outra que foi encaminhada para o Hospital de Cascais.