País

Ministra da Saúde diz que assumir responsabilidades é não se demitir

Ana Paula Martins rejeitou a hipótese de se demitir após a morte de uma recém-nascida, depois de a mãe se ter queixado de dores, em cinco hospitais diferentes, durante a gravidez. Recorde-se que a antiga ministra da Saúde Marta Temido apresentou a demissão após a morte de uma grávida no SNS.

Fernanda de Oliveira Ribeiro

José Manuel Mestre

Caetano Jorge

Rui Félix

A ministra da Saúde afasta qualquer possibilidade de apresentar a demissão, após a morte de um recém-nascido, depois de a mãe ter ido a cinco hospitais em 13 dias.

A bebé nasceu de cesariana de urgência no Hospital de Santa Maria, com mais de 4,5 kg, revelava batimentos cardíacos fracos e não resistiu às manobras de reanimação.

Confrontada com o peso político que poderá carregar, na sequência da morte do bebé, Ana Paula Martins responde: "A forma como eu vejo o exercício da governação é assumir responsabilidades resolvendo os problemas, e não demitindo-me".

"A Direção Executiva está, com os hospitais que receberam esta senhora - ela foi vista em vários hospitais - a fazer uma avaliação cuidada e auditorias internas em cada um dos hospitais", disse a ministra."Temosde aguardar de uma maneira serena os resultados, que vão ser rápidos, para perceber o que se passou efetivamente."

Já o bastonário da Ordem dos Médicos pede explicações urgentes e rapidez nas investigações, sob pena da desconfiança dos utentes em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) crescer.

“O que nos parece aqui existir é uma grande falta de coordenação”, aponta Carlos Cortes.

“O país e o SNS merecem uma explicação urgente, para evitarmos que situações destas possam voltar a acontecer, porque elas criam uma grande desconfiança sobre o sistema.”

A morte da bebé já está a ser investigada pela Direção Executiva do SNS, mas o diretor, Álvaro Santos Almeida, ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso.

Entretanto, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) emitiu um comunicado explicando que as unidades hospitalares envolvidas neste processo“estão a avaliar a situação, no âmbito das competências dos respetivos órgãos de gestão”. A IGAS vai “acompanhar essa avaliação, até à conclusão, sem proceder à instauração de uma ação inspetiva”.

Últimas