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Spinumviva: Montenegro recusa mostrar documentos e recorre para o Tribunal Constitucional

A Entidade da Transparência não está esclarecida apenas com a lista de clientes. Quer também ver as provas do trabalho da empresa que Luis Montenegro passou para os filhos. O primeiro-ministro não só recusa fazê-lo como decide recorrer para o Constitucional.

Diogo Torres

O primeiro-ministro recusa mostrar os documentos que provam o trabalho concreto da empresa Spinumviva. Foram pedidos pela Entidade da Transparência, mas Luís Montenegro preferiu recorrer para o Tribunal Constitucional.

Só por ordem judicial é que o primeiro-ministro entrega os documentos da Spinumviva.

A Entidade da Transparência não está esclarecida apenas com a lista de clientes. Quer também ver as provas do trabalho da empresa que Luis Montenegro passou para os filhos.

O primeiro-ministro não só recusa fazê-lo como decide recorrer para o Constitucional.

O Tribunal diz à SIC que o recurso é confidencial, que tem elementos e informações abrangidos pelo sigilo, mas explica que o processo está a ser tramitado e ainda não foi apreciado pelos juízes.

Serviços da Spinumviva mantêm-se em segredo

A empresa foi criada a 21 de janeiro de 2021. O primeiro-ministro não tinha à data qualquer cargo público. Tornou-se sócio maioritário. A mulher e os dois filhos também entraram na sociedade. O casal ficou com a gerência.

A 30 de junho do ano seguinte, um mês depois de vencer as internas do PSD, Montenegro renunciou à empresa. Tomou posse como presidente do partido em julho e em agosto transmitiu a quota de 3.750 euros. Quase tudo para a mulher. Uma parte mais pequena para cada um dos filhos. Um passou a gerente.

A mulher do primeiro-ministro tornou-se sócia maioritária. A empresa manteve clientes como a Solverde e a Rádio Popular e não foi inicialmente declarada à entidade da transparência.

Quando as avenças mensais foram tornadas públicas, a mulher do primeiro-ministro deixou a empresa.

A Entidade da Transparência foi pedido informações e até já recebeu a lista de clientes. Não ficou esclarecida.

O Estatuto da Entidade da Transparência diz que o organismo tem competências para analisar e fiscalizar a declaração de património e também pedir a clarificação no caso de dúvidas.

Antes do tribunal decidir se o primeiro-ministro tem ou não de revelar os documentos, são dados 10 dias para que o Ministério Público se pronuncie.Luis Montenegro tem depois oportunidade para contra-argumentar.

Os negócios da empresa familiar estão também a ser analisados do ponto de vista criminal.

O Ministério Público tem em curso uma averiguação preventiva.

Até ao próximo mês, conta decidir se dá o passo seguinte e avança para a abertura de um inquérito.

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