O programa do Governo foi viabilizado e o Parlamento chumbou a moção de rejeição apresentada pelo PCP. O segundo e último dia de debate na Assembleia da República ficou marcado pela troca de críticas entre a oposição e o Executivo.
Ventura colou Montenegro a Costa e considerou o Conselho da Europa uma “organização de tachos”.
“Se o Conselho é assim tão mau, se não serve para nada, e se o Chega combate tanto os tachos, porque é que o Chega tem deputados indicados nessa delegação?”, questionou o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares.
Os partidos do Governo não aceitam as críticas de medidas plagiadas, mas acenam com a diferença.
Oposição fala em retrocessos
Já o PS, agora terceira força política no Parlamento, prometeu responsabilidade com peso e medida.
“Os portugueses esperam de nós que lhes asseguremos previsibilidade e estabilidade nas suas escolhas”, assinalou José Luís Carneiro, candidato a líder socialista, falando em matérias em que há disposição “para convergir” e noutras “para divergir”.
O momento histórico que o país viveé visto pela esquerda como um retrocesso.
“Lembra um passado recente de austeridade”, disse Isabel Mendes Lopes, do Livre.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, fala numa “confusão entre reformar o Estado e enfraquecê-lo”.
Inês Sousa Real, do PAN, acusou o Governo de ceder à agenda do populismo.
Para Paulo Raimundo, do PCP, é “claro” que o Chega, a Iniciativa Liberal e o PS são “o trio” que vai suportar a política do Governo, que, afirma, "cheira a troika”.
A oposição considera que este é um programa aquém do que o país precisa. Pela Iniciativa Liberal, Mariana Leitão diz que “falta coragem” ao Executivo da AD.
Já o JPP garante que dará ao Governo “o benefício da dúvida”.
Governo exige responsabilidade aos partidos
“Não basta exigir ao Governo que cumpra e execute o que prometeu”, avisou Paulo Rangel, o ministro escolhido para encerrar o debate.
“É necessário também que as oposições cumprem a sua palavra e se obriguem a provar, no Parlamento e fora dele, que querem mesmo fomentar e proteger a estabilidade, que estão à altura da responsabilidade.”
A moção de rejeição ao programa do governo, apresentada pelo PCP, só teve os votos favoráveis do próprio partido, do Livre e doBloco de Esquerda. Como se esperava, foi rejeitada pela maioria de direita, com abstenção do PAN.