A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta terça-feira seis pessoas com ligações ao grupo de extrema-direita e neonazi 'Movimento Armilar Lusitano'(MAL). São suspeitas de atividades terroristas, discriminação, incitamento ao ódio e detenção de arma proibida.
Durante a análise à operação 'Desarme 3D', na SIC Notícias, Francisco Rodrigues, membro do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, garantiu que apesar de pouco se saber publicamente sobre a organização neonazi e ultra-nacionalista o grupo já era conhecido das autoridades.
Segundo Francisco Rodrigues, o 'Movimento Armilar Lusitano' é um grupo "inorgânico do ponto de vista estrutural" em que as pessoas se foram juntando porque defendem as mesmas ideias.
Questionado se as redes sociais impulsionam este tipo de grupos, Francisco Rodrigues afirma não ter dúvidas que as "as redes sociais hoje em dia contribuem muito para este tipo de agregação".
O advogado e antigo inspetor da PJ Paulo Santos concorda que as redes sociais permitem cada vez mais este tipo de agregação, contudo, garante que é também através das redes sociais que muitas vezes as autoridades conseguem encontrar informações sobre este tipo de grupos.
De acordo com Paulo Santos a detenção destas seis pessoas aconteceu no momento certo.
"Ainda bem que isto aconteceu agora e foi antes de acontecer alguma coisa mais grave porque nós já tivemos uma péssima experiência com terrorismo em Portugal", garantiu.
Segundo Francisco Rodrigues, para a PJ ter feito esta operação de sucesso teve de haver"muito trabalho de investigação".
"Tenho plena certeza que muita informação foi obtida a nível nacional, mas também com certeza houve alguma que veio de fora", disse.
Apesar de já não estar no ativo, Paulo Santos garante que haverá mais organizações neonazi e ultra-nacionalistas a ser monitorizadas.
Ainda durante a análise na SIC Notícias, Francisco Rodrigues explicou que por norma este tipo de grupos é constituído por pessoas que "se desenquadram da ordem social estabelecida". Já Paulo Santos diz não ter dúvidas que o descontentamento político é "o ingrediente que leva as pessoas a ficarem revoltadas".