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Armas feitas em impressoras 3D, material militar e explosivos: o que encontrou a PJ nas buscas a grupo neonazi

A Polícia Judiciária deteve seis pessoas do Movimento Armilar Lusitano, um grupo de extrema-direita. Um dos detidos é agente da PSP, ao serviço da Polícia Municipal de Lisboa. Todos estão indiciados por crimes de terrorismo e posse de armas proibidas.

SIC Notícias

A operação aconteceu esta terça-feira, após anos de vigilância online. A Unidade Nacional de Contraterrorismo decidiu avançar para buscas em 15 locais quando percebeu que os elementos do grupo estavam cada vez mais ativos.

"Foi uma surpresa percebermos que estas pessoas tinham capacidade de fazer algo com projeção, com os meios de que dispunham. Estavam a armar-se, a recrutar e com capacidade de treino e tática para uma ação que, não sabemos qual, mas que estaria no horizonte", disse Manuela Santos, da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária.

O resultado das buscas superou as expectativas da própria polícia.

"Estávamos na expetativa de encontrar algum material, mas surpreendeu-nos a quantidade, a qualidade e a diversidade do que foi apreendido."

O arsenal inclui explosivos, armas brancas, armas de fogo transformadas, munições, soqueiras e até armas feitas com impressoras 3D - algo inédito em Portugal. Este tipo de armamento não é detetável por sensores de metais.

Também foi apreendido material militar, que agora será investigado. A Judiciária não descarta a hipótese de outros membros pertencerem a forças de segurança ou militares.

O Movimento Armilar Lusitano foi criado em 2018 e tem cerca de mil seguidores no Telegram. Segundo o Expresso, foi nesta rede social que foram encontradas mensagens a sugerir uma invasão ao Parlamento.

"Estamos perante um fenómeno sério, disruptivo e com relevância social e criminal. Em círculos fechados, estamos a assistir ao recrutamento e incitamento à violência de jovens, cada vez mais jovens", reiterou Luís Neves, diretor nacional da PJ.

A investigação ao grupo começou em 2021 e incluiu o acompanhamento de encontros presenciais. A PJ vai agora tentar perceber se existiam contactos com movimentos extremistas internacionais.

Os seis detidos vão ser presentes a juiz esta quarta-feira.

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