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Carris Metropolitana está a investigar episódio racista denunciado por vereadora de Cascais

Em comunicado, a empresa clarifica que os motoristas ao serviço da Carris Metropolitana “são trabalhadores dos operadores responsáveis pela prestação do serviço de transporte rodoviário”. Em causa está um episódio envolvendo um motorista de autocarro e a filha de Carla Nunes Semedo no qual aquele terá dito à jovem que "não transportava animais".

Carris Metropolitana
Reprodução/ Carris Metropolitana

SIC Notícias

Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a Carris Metropolitana esclarece que só hoje teve conhecimento do alegado episódio racista, proganizado por um condutor de autocarro, denunciado pela vereadora de Cascais Carla Nunes Semedo. A empresa assume estar já a apurar os factos.

A Carris Metropolitana começa por esclarecer que o motorista que terá proferido comentários racistas direcionados à filha de Carla Nunes Semedo, vereadora da autarquia de Cascais, é trabalhador da Viação Alvorada, uma entidade que presta serviços à empresa de mobilidade urbana.

Por essa razão, a Carris Metropolitana garante já ter solicitado “o apuramento dos factos, a investigação sobre o sucedido e o cabal esclarecimento da ocorrência”.

“O operador foi igualmente instado a tomar as devidas providências que o caso exige”, nota a empresa.

No comunicado é ainda sublinhado que os motoristas ao serviço da Carris Metropolitana “são trabalhadores dos operadores responsáveis pela prestação do serviço de transporte rodoviário”.

A empresa garante que atua sempre em articulação com os prestadores de serviços em situações que envolvam os seus profissionais e que, sempre que necessário, intervém “com exigências de medidas que considere apropriadas perante a casos de caráter urgente”.

“A Transportes Metropolitanos de Lisboa e, de igual modo, a Carris Metropolitana, repudiam veementemente qualquer forma de discriminação racial dirigida aos seus passageiros e reafirmam o seu compromisso com a promoção da igualdade, do respeito e da inclusão de todos", acrescenta.

Episódio em causa

Em causa está um episódio envolvendo um motorista de autocarro e a filha de Carla Nunes Semedo, ambas negras, no qual aquele terá dito à jovem que "não transportava animais".

Numa publicação feita na rede social Instagram, a vereadora e psicopedagoga divulga uma fotografia na qual aparece com a filha, de 17 anos, denunciando que esta "foi vítima de um ataque racista" e prometendo que não permitirá "que o preconceito se sente ao volante do que é público".

Carla Nunes Semedo relata: "O condutor de autocarro achou por bem dizer-lhe que não transportava animais. Sim, em 2025. Em Portugal. Em Cascais".

E aproveita o caso para destacar: "Há um fenómeno ainda mais preocupante do que o aumento do discurso de ódio: é a sua normalização. A perda de vergonha. O à-vontadinha com que se profere o que durante anos esteve camuflado sob o véu do 'politicamente correto'".

"É duro escrever isto. Mas é mais duro calar. A quem ainda alimenta discursos racistas, com palavras ou com silêncios cúmplices, deixo um recado claro: nós já não somos os mesmos. Não somos mais aqueles que, por respeito ou medo, engoliam em seco o ódio disfarçado de 'opinião'. Não somos mais os que aceitavam ofensas em nome da paz social", escreveu na redes sociais.

A vereadora garante ainda que irá apresentar queixa do sucedido.

Com Lusa

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