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De provedora da Justiça a ministra: Maria Lúcia Amaral substitui Margarida Blasco na pasta da Administração Interna

A constitucionalista de 68 anos é a escolha de Luís Montenegro para tutelar a Administração Interna, uma das pastas mais difíceis de gerir - com um caderno de encargos marcado pelas negociações em suspenso com as forças de segurança, que esperam uma rápida resposta de Maria Lúcia Amaral.

SIC Notícias

Maria Lúcia Amaral assume no novo Governo a pasta da Administração Interna, depois de oito anos na Provedoria de Justiça. Substitui Margarida Blasco, que teve um percurso marcado por gaffes e declarações polémicas. Um dos desafios será a negociação com os polícias.

“A expectativa é que a sra. ministra e o Governo possam encarar a necessidade de dar respostas rápidas, estruturais, e aproveite o acordo que foi celebrado, no ano passado, com alguns sindicatos da PSP e com algumas estruturas da GNR", afirma Paulo Santos, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.

“Ela conhece bem os processos, até pela sua posição como provedora de Justiça - também recebeu muitas denúncias de profissionais da GNR”, refere César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda – GNR, que espera que não se perca muito tempo após a passagem da pasta.

Maria Lúcia Amaral substitui Margarida Blasco, uma renovação já esperada, depois dos vários percalços no percurso da anterior ministra, criticada pela incapacidade de comunicar.

Margarida Blasco ficou marcada pelo recuo nas declarações que fez sobre o direito à greve das forças de segurança e pelas palavras mal escolhidas - "fruta podre" - para se referir a movimentos radicais nas polícias.

Foi-lhe também apontado o dedo pelo silêncio em momentos críticos, como os violentos incêndios de setembro no Norte e Centro do país ou os desacatos desencadeados pela morte de Odair Moniz na Cova da Moura. Em relação aos bombeiros, desvalorizou a manifestação dos sapadores junto ao Parlamento e empurrou responsabilidades para as autarquias.

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