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Ambientalistas contra instalação de central de painéis solares na Comporta

O “Complexo Solar do Sado" prevê ocupar cerca de 1.200 hectares nos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal. Mas a localização não agrada aos ambientalistas, por coincidir com a Zona Especial de Conservação Comporta/Galé.

Marta Candeias Ferreira

Pedro Cardoso

Marco Mariano

Uma empresa quer instalar mais de ummilhão de painéis solares na zona da Comporta. A proposta é criticada por ambientalistas, por afetar uma área protegida da Rede Natura.O projeto está agora em consulta pública e, a avançar, será a maior central solar alguma vez construída na região. 

Batizado de "Complexo Solar do Sado", o projeto prevê ocupar cerca de 1.200 hectares nos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal. Foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente no mês passado, para efeitos de avaliação. Os painéis – mais de um milhão – vão ser colocados próximo da localidade de Bicas, na Comporta. Mas, na vizinhança, pouco se sabe sobre a iniciativa e nem todos estão de acordo. 

A central, com 600 megawatts de potência, vai ocupar diretamente 356 hectares da área total do projeto e está a ser estudada, paralelamente, uma linha de muito alta tensão, com cerca de 12 quilómetros. Mas a localização não agrada aos ambientalistas, por coincidir com a Zona Especial de Conservação Comporta/Galé. 

A energia limpa produzida na central será depois injetada na rede elétrica, em função das necessidades de consumo nacional. O objetivo é evitar a emissão de cerca de 326.700 toneladas de dióxido de carbono por ano. Uma meta ambiciosa, mas que a associação ambientalista Zero considera incompatível com a conservação da Rede Natura. 

Contactada pela SIC, a Câmara Municipal de Grândola explica que ainda está a analisar o processo em questão e não se vai pronunciar para já. A consulta pública termina no próximo dia 11 de junho.

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