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Apagão ibérico: ENSE elogia "resposta positiva", mas diz que há lições a tirar

Os riscos de um apagão em Espanha tinham sido identificados há dois anos como possíveis pela empresa responsável pela rede elétrica do país vizinho. O incidente que há duas semanas afetou também Portugal foi já classificado com o nível mais grave de uma escala internacional.

Maria José Mendes

A associação europeia que junta as empresas gestoras da rede de transporte de eletricidade que vai investigar o apagão ibérico considera que Portugal demorou o quádruplo do tempo a arrancar o mecanismo que ficou conhecido como o black start: a primeira central espanhola conseguiu fazê-lo uma hora depois, Portugal demorou quase quatro.

Um assunto que esteve como que sentado na conferência sobre fiscalização e prevenção no setor energético, que decorreu esta manhã na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

"A resposta foi muito positiva (...) estas situações não são comuns e exigem uma resposta pronta e rápida", considera Alexandre Fernandes, vogal executivo do conselho de administração da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE).

Lições a tirar do apagão

Contudo, para a ENSE há lições a tirar deste apagão, nomeadamente no acesso aos combustíveis.

Uma discussão que surge numa altura em que se sabe que Espanha já tinha pedido em 2023 medidas urgentes para evitar a uma possível quebra total de energia.

Também em Portugal, um relatório do final do ano passado já tinha desenhado um plano de investimentos para os próximos 10 anos, que pretendiam diminuir os riscos de uma situação como a de 28 de abril.

O apagão ibérico foi já classificado como ICS3, o nível mais grave da escala internacional de incidentes pela ENTSO-E, a associação europeia de empresas gestoras da rede de transporte de eletricidade.

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