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Ordem dos farmacêuticos alerta: se apagão fosse mais longo, fornecimento de medicamentos estaria em causa

O Bastonário dos farmacêuticos diz que o setor continua isolado em emergências, e explica que não existe uma reserva estratégica nacional de medicamentos, inicialmente proposta durante a pandemia.

SIC Notícias

A ordem dos farmacêuticos deixa o alerta: se o apagão da semana passada tivesse durado mais tempo, haveria um corte no fornecimento de medicamentos porque não havia um plano de contingência.

Ao Diário de Notícias, o Bastonário dos farmacêuticos diz que o setor continua isolado em situações de emergência e que não existe uma reserva estratégica nacional de medicamentos, inicialmente proposta durante a pandemia.

Hélder Mota Filipe diz que durante o apagão todo o setor foi monitorizado, desde a produção até à distribuição. A preocupação das farmácias foi garantir a preservação dos medicamentos, que necessitam de refrigeração.

Adriana Osório, diretora de farmácia, explicou à SIC que teve dois frigoríficos em quarentena, mas que agora apenas uma prateleira de medicamentos está sob vigilância. “Já retirei aqueles que não estavam estáveis, que também são muito poucos e estamos a aguardar os últimos resultados dos últimos laboratórios”.

“Temos de arranjar uma solução, ainda não decidimos em concreto o que é que vamos fazer, o gerador é uma das possibilidades, emitir listagens mais atualizadas de preços dos medicamentos e do stock que temos na farmácia também, e para já é isto porque tudo o resto fomos conseguindo dar resposta.”

Infarmed diz que Portugal tem polo da reserva europeia de medicamentos

Portugal tem instalado um polo da reserva europeia de medicamentos, que garante acesso em 24 horas, segundo o Infarmed, que assegura que durante o apagão o acesso da população aos fármacos estava garantido.

Numa resposta enviada às redações a propósito da noticia publicada pelo Diário de Notícias, o Infarmed esclareceu que durante o apagão o acesso da população a medicamentos não esteve em causa porque o circuito de distribuição e dispensa foi considerado prioritário "mesmo em situação de falha energética prolongada".

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde diz ainda que os distribuidores nacionais "têm a obrigatoriedade de garantir um stock mínimo de medicamentos para um a dois meses" e que os operadores do circuito do medicamento "estão sujeitos a regras específicas para garantir a disponibilidade contínua de medicamentos".

Esta situação -- acrescenta -, está definida "no Estatuto do Medicamento e pelo Regulamento de Gestão da Disponibilidade do Medicamento", aprovado já este ano.

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