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Cheiros intensos no interior de aviões da TAP geram preocupação e alteram voos

A companhia aérea reconhece o problema mas desvaloriza a sua gravidade, enquanto revela que estão em curso algumas mudanças. O problema tem origem na infiltração de óleo aquecido e outras substâncias do motor no sistema de ar condicionado dos aviões.

Ana Filipa Nunes

Nuno Fróis

Eduardo Horta

Nas últimas duas semanas, foram registados cinco novos casos defumes em aviões da TAP, ou seja, a entrada de gases nas aeronaves que provoca cheiros intensos a bordo.

Este sábado, um voo com destino a Londres não chegou a descolar de Lisboa. Os passageiros foram retirados do avião e a tripulação encaminhada para a Unidade de Cuidados de Saúde da companhia aérea.

Também na segunda-feira, um voo de Paris para Lisboa foi afetado por cheiros intensos, o que levou a que a tripulação fosse submetida a vigilância médica. Outras três situações semelhantes ocorreram durante o mês de abril.

Apesar de não ignorar o problema, a TAP desvaloriza a gravidade dos casos. No mês passado, em entrevista à Investigação SIC, a companhia aérea admitiu dezenas de episódios de cheiros intensos nas suas aeronaves, mas garantiu que não há motivo para alarme.

No entanto, reconhece que estão em curso algumas mudanças. A SIC recolheu testemunhos de situações em que episódios de fumes terão causado consequências graves para a saúde de pilotos e tripulantes.

O que está na origem do problema?

O ar respirado a bordo dos aviões entra pelas turbinas dos motores. Quando o óleo aquecido e outras substâncias provenientes do motor se infiltram no sistema de ar condicionado, estas podem ser misturadas com o ar em alta pressão e pulverizadas em micropartículas, libertando assim gases potencialmente tóxicos na cabine.

No setor da aviação, é praticamente impossível alegar desconhecimento sobre a dimensão deste problema. E, enquanto não surgirem respostas concretas, os episódios de fumes continuam a repetir-se.

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