O atendimento às grávidas e às crianças é um dos maiores problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Faltam especialistas em ginecologia, obstetrícia e pediatria, sobretudo, na região de Lisboa e Vale do Tejo. A ordem e os sindicatos médicos avisam que é preciso uma reforma profunda do setor para atrair mais profissionais.
A região de Lisboa e Vale do Tejo é onde se sente mais a falta de obstetras e pediatras e as respostas tardam.
"Tem muito a ver com a falta de condições de trabalho", aponta Joana Bordalo e Sá, da Federação Nacional dos Médicos.
Olhando para os números mais recentes, constata-se que da especialidade de ginecologia e obstetrícia estão registados na Ordem dos Médicos 1.960, mas apenas 748 se fixaram no SNS, ou seja, menos de metade.
No que toca aos pediatras, estão registados 2.529 e pouco mais de metade optou pelo setor público: 1325.
O SNS está com dificuldades em competir com o setor privado e com a emigração e com as dificuldades em ter equipas completas, como já acontece nalguns hospitais.
"Não há uma falta de médicos obstetras e pediatras em Portugal, há é uma falta de atração para poderem estar no SNS", acrescenta a mesma responsável.
A Ordem dos Médicos alerta para os atrasos da burocracia.
A direção executiva do SNS disse à SIC que está a "(...) trabalhar numa solução multidimensional para o problema do encerramento temporário de algumas urgências, que passará, por exemplo, pela criação de condições para a atração de mais especialistas".
Esta realidade pode agravar-se com a aproximação do verão e das férias de grande parte dos profissionais.