Foi construído para ser um navio de defesa e salvamento submarino. Hoje, com 75 metros de comprimento e 15 metros de largura, o "Mário Ruivo" serve para investigar água profundas.
Do lado fora, não se percebe, mas o navio tem a capacidade para abrigar 30 investigadores e 16 tripulantes. Consegue navegar sem reabastecer durante 40 dias. E comandá-lo pode ser um grande desafio.
O comandante Mário Alexandre, que já trabalha no mar há mais de 30 anos, admite que ter uma nova máquina é sempre “um desafio”.
Navegar no mar não é tarefa fácil. Principalmente numa missão pode durar entre 20 a 30 dias, com ondulações, ventos fortes e correntes. Mas este navio vai permitir chegar até 7 mil metros de profundidade – e, a partir dai, ter dados mais precisos sobre o oceano.
Pode recolher dados sobre sismos
Mário Alexandre explica que a embarcação “traz de diferente” é a “posição dinâmica”, um equipamento que serve para “manter o navio parado no mesmo sítio em relação ao fundo, para que diversos trabalhos (...) possam ser feitos com segurança”.
Para além desta nova tecnologia, o navio tem outra particularidade: é pluridisciplinar. Nele podem ser feitas diferentes missões sobre a área da ciência. Isto através de máquinas que são postas no mar para recolher dados, por exemplo, sobre os sismos.
“O novo equipamento é essencial para tornar o "Mário Ruivo" não só uma plataforma para levar pessoas e equipamentos ao mar, mas também para recolher dados”, nota Tânia Silveira, coordenadora do núcleo de navios de investigação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
"O que os novos equipamentos fazem é, através de tecnologia de acústica, recolher informação sobre a coluna de água, sobre o fundo marinho e sobre o subsolo marinho”, esclarece.
Para isso, foi preciso um financiamento de 2 milhões de euros.
Agora, o navio segue agora para outras missões para explorar o vasto e misterioso mar, que ainda guarda tantos segredos.