O ministro da Educação quer que o pessoal com funções educativa tenha formação específica para lidar com situações de bullying dentro e fora da sala de aula.
"Muitos problemas, como bullying, surgem não dentro da sala de aula, mas fora da sala de aula, por isso, nós temos de partir para uma reorganização do espaço escolar fora da sala de aula, que levará, por exemplo, a ter pessoal com funções educativas, que neste momento não têm uma formação específica", explicou, aos jornalistas Fernando Alexandre.
Governo vai criar linha de denúncia e apoio para alunos vítimas de bullying
O Governo vai criar uma linha anónima de denúncia de casos e de apoio a alunos vítimas de bullying nas escolas. Numa nota enviada às redações, o gabinete da pasta tutelada por Margarida Balseiro Lopes esclareceu que a linha servirá para reportar casos tanto em escolas como públicas como privadas, através de três vias: telefone, website e app.
A medida é uma das cinco recomendações que integram o relatório do Grupo de Trabalho de Combate ao Bullying nas Escolas públicas e privadas, que revela que quase 6% dos estudantes já se sentiu vítima.
Violência entre jovens sobe 12% em Portugal, pandemia e confinamento apontados como possíveis causas
Os números não surpreendem quem trabalha todos os dias com jovens. Os dados provisórios do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) foram divulgados pelo Expresso e mostram uma subida de mais de 12% da violência entre jovens dos 12 aos 16 anos.
Foram feitas pouco mais de 2 mil participações às autoridades. Não é um recorde, mas tem vindo a subir desde a pandemia. Para o psicólogo Luís Filipe Gomes, o trauma global causado pela pandemia e pelo confinamento é uma das causas que justifica a subida, que obrigou os jovens (alguns em fases críticas do crescimento) a ficarem fechados em casa.
Nas primeiras conclusões do relatório, o uso da internet e das redes sociais entre os mais novos é apontado como um "óbvio" caminho para o aumento da violência.