O Parlamento vai tomar uma decisão, esta tarde, sobre o levantamento de imunidade parlamentar à deputada Joana Mortágua. Em causa está uma ação judicial movida por Luís Bernardo. Em causa estão declarações da deputada do Bloco de Esquerda em queesta qualificou as ações do empresário como um "jogo de gangsters".
No centro da polémica estão as declarações feitas aos jornalistas, em janeiro de 2024, no final da audição do ex-diretor da TSF, Domingos Andrade, quando o Parlamento discutia a crise na Global Media.
Luís Bernardo, consultor de comunicação e antigo assessor de José Sócrates, processou Joana Mortágua.
"Não estou nada arrependida"
“É isso que está na origem deste processo: o facto de Luís Bernardo não gostar que eu denunciasse o seu envolvimento possível neste negócio”, admite Joana Mortágua, ouvida pela SIC. “É uma tentativa de silenciamento. Luís Bernardo acha que, de alguma forma, deve estar acima do escrutínio.”
“Mas é um processo que envelhece mal, porque a própria investigação da SIC indica que foi Luís Bernardo que foi intermediário do negócio entre Marco Galinha, José Paulo Fafe e Álvaro Sobrinho”, nota a deputada.
“Eu disse a verdade. A verdade que tinha no momento, para onde apontavam as minhas investigações. E continuarei a fazer isso”, assegurou.
No pedido feito pelo Tribunal Central de Instrução Criminal à Assembleia da República, e que a SIC teve acesso, pode ler-se que há indícios dos crimes de difamação e calúnia. É, por isso, pedido o levantamento da imunidade parlamentar para que possa ser ouvida em tribunal.
“Estranharia que fosse levantada a imunidade porque este processo refere-se a declarações que proferi, enquanto deputada, em relação a um processo de investigação que estava a ser feito por uma comissão parlamentar. Não há aqui nada que fuja da esfera da dimensão política”, defende Joana Mortágua.
“De qualquer forma, reitero o que disse”, sublinha. “Disse-o enquanto deputada, disse-o para defender os interesses do país, portanto, não estou nada arrependida.”
A Comissão de Transparência vai decidir, esta terça-feira, se levanta ou não a imunidade parlamentar da deputada do Bloco de Esquerda.