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Cães de raças “perigosas”: quais são e que regras têm os donos de cumprir?

Só no último ano, GNR e PSP registaram quase 900 ataques de cães a pessoas. A Ordem dos Médicos Veterinários alerta para a necessidade de treino dos animais – que só é cumprida por 5% dos donos.

Kathleen Araújo

João Sotto Mayor

Miguel Castro

Há mais de 67 mil cães de raça potencialmente perigosa registados em Portugal. A lei obriga ao treino e formação de sete raças, mas apenas uma pequena parte dos donos cumpre a legislação na íntegra. A Ordem dos Médicos Veterinários defende que é preciso tempo para treinar os animais para evitar ataques inesperados.  

Allyé uma cadela rottweiler com seis meses. Ao lado dela está Filipe, um dos 27 treinadores certificados em Portugal para treinar cães perigosos e raças potencialmente perigosas. 

Com mais de uma década de experiência, o treinador, conhecido por muitos como o encantador de cães, defende que todos os animais precisam de regras. 

A pequena rottweiler Ally começou o treino há três meses. Já obedece e socializa sem nunca ter representado perigo. A formação destas raças é obrigatória não só para cães, mas também para os detentores.  

Apesar da aparência intimidadora, Ally é descrita como uma cadela tranquila e muito confiável. Já está a iniciar o treino de busca e salvamento, tal como Karma, uma dobermann treinada para encontrar vítimas - e que numa fase posterior poderá ajudar a GNR em determinadas missões. 

O que é uma raça “perigosa”? 

Um cão de raça potencialmente perigosa é aquele que, devido a características físicas, comportamentais e genéticas, é considerado mais propenso a comportamentos agressivos. Em Portugal, há uma lista oficial de raças, cujo o treino é obrigatório. 

As sete raças de treino obrigatório 

  • Cão Fila Brasileiro 
  • Dogue Argentino 
  • PitBull Terrier 
  • Rottweiler 
  • Staffordshire Terrier americano 
  • Stafbull Terrier 
  • Tosa Inu

Só 5% cumpre regras

Na rua, as raças potencialmente perigosas devem circular com trela curta e açaime, mas nem sempre isso acontece. Só no ano passado, a GNR e a PSP registaram quase 900 ataques de cães a pessoas.  

Qualquer cão que ataca passa automaticamente para a categoria de animais perigosos e têm de ficar 15 dias em quarentena. Mas o que devem os donos fazer após os ataques continua a ser uma incógnita. Muitas vezes, o abate é o caminho mais fácil. 

Em Portugal, mais de 67 mil animais de raça potencialmente perigosa e apenas 3754 detentores com formação, ou seja, só 5% cumpre as normas para ter um cão feliz, previsível e confiável.

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