A aposta em transportes mais sustentáveis e rápidos, que em Portugal também vai fazendo o seu caminho, tem estado a projetar o design português a nível internacional, tendo levado inclusivamente a Almadesign a ser premiada por isso.
Esta empresa, fundada por Rui Marcelino e com sede em Paço d’Arcos, na região de Lisboa, tem entre os seus clientes, em Portugal, os metros de Lisboa, Porto e Mondego, assim como o metrobus do Porto, mas também a CP ou a TAP. A aeronáutica é atualmente a área mais forte dentro da área da mobilidade, explica o presidente da Almadesign, de passagem pela Liga dos Inovadores, o podcast do Expresso sobre o que de mais inovador vai sendo feito pelas empresas em Portugal.
Rui Marcelino indica como projetos “absolutamente marcantes” na história da sua empresa o que foi feito com a Salvador Caetano para o autocarro utilizado pela Seleção Nacional de futebol, durante o Euro 2004. Outro foi o primeiro projeto aeronáutico feito pela Almadesign, em 2008-2009, com a conceção do interior de uma aeronave e que foi vencedor nos Crystal Cabin Awards, “uma espécie de ‘Óscar dos interiores de aviões’”, levando a que fossem “convocados, entre vários projetos aeronáuticos, para desenvolver o interior do primeiro avião elétrico desenvolvido de raiz no mundo. Ganhámos pela segunda vez o Crystal Cabin Awards. Para nós foi muito bom ter esta confirmação, 8 ou 9 anos depois do primeiro prémio”.
A empresa está também a trabalhar num ambicioso projeto, desenvolvido por várias empresas europeias, designado Hyper4Rail, que utiliza o sistema de transporte ultrarrápido Hyperloop, que promete revolucionar o sector dos transportes. “Não será para esta década. O Hyperloop tem por trás um conceito interessante: o de que não devíamos fazer viagens de 300 ou 400 km de avião”, além de que elimina a necessidade de ter sistemas aéreos de distribuição de energia elétrica para comboios através de cabos (conhecidos como catenárias) – um sistema que “é muito feio e tem um custo de implementação gigante”.
O líder da Almadesign explica o papel que o design pode ter na inclusão e também no consenso que é preciso obter entre os prestadores de serviços e os utilizadores desses serviços. Não são raras também as situações em que aquilo que projetou e concebeu acaba de alguma forma por ser desvirtuado: para o prevenir a diplomacia e a capacidade de argumentação são as melhores armas.
O podcast que nos conta o que de inovador e diferenciador está a ser feito pelas empresas em Portugal. Na “Liga dos Inovadores”, Elisabete Miranda e Pedro Lima conversam com gestores, diretores e profissionais que nos contam histórias que conquistaram o mercado e vão contribuindo para a transformação económica do país e da sua imagem. Falam-nos das vitórias que os trouxeram até aqui, mas também das ansiedades, dos concorrentes que invejam, dos gestores que admiram, dos profissionais que têm e dos perfis que precisam de contratar. Todas as semanas, às quartas-feiras.