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Greve dos Assistentes Técnicos da Função Pública está a afetar serviços em todo o país

O serviço de atendimento da sede da Segurança Social em Lisboa está esta quinta-feira fechado devido à greve dos assistentes técnicos que está a afetar, também, os serviços de consultas e exames no Hospital de S. João no Porto. Este é o segundo de três dias de greve da função pública. O maior impacto é esperado para sexta-feira com a paralisação dos assistentes operacionais.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Rita de Sousa

Marta Tuna

Marta Sobral

João Sotto Mayor

Pedro Cardoso

Miguel Castro

Vanda Paixão

Quem tinha uma marcação no balcão de atendimento da sede da Segurança Social, em Lisboa, perto das 9:00 recebeu uma mensagem a dizer que o atendimento tinha sido desmarcado. 

O serviço fechou devido à greve nacional dos assistentes técnicos, convocada para esta quinta-feira. Com ou sem marcação não houve qualquer atendimento. 

“Estou cá desde as 7:00 e vinha tratar de um papel (…) mas podiam ter avisado ontem que eu já não vinha para cá tão cedo. Às 9:00 é que meteram o papel a dizer que possivelmente estão encerrados. Sou doente oncológico, tenho um problema vascular e cá estou”, explica quem se dirigiu à Segurança Social esta manhã e não foi atendido. 

Os Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais pedem o início imediato das negociações e a revisão do estatuto remuneratório antes de 2027, ano apontado pelo Governo para o início da revisão das carreiras gerais da Função Pública. 

“Os trabalhadores aderiram em massa, tanto que não vai haver abertura de serviços. Temos relatos um pouco por todo o país de situações semelhantes em serviços de atendimento desta natureza. Também nos hospitais, os assistentes técnicos - e há muitas marcações de consultas por fazer porque estes não estão - estão assegurados os serviços mínimos, portanto serviços de urgência e outros que tais, o que revela que trabalhadores não vai aguardar por 2027 para ver revertido aquilo que tem sido o poder de compra desde 2010”, explica Sebastião Santana, dirigente da Federação Sindical dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.  

Exames e consultas foram adiadas no Hospital de S. João

A greve dos assistentes técnicos levou, também, ao cancelamento de exames e consultas no Hospital de S. João, no Porto. Foram registados vários constrangimentos e muitas foram as viagens perdidas neste segundo dia de paralisação. 

“Desde as 7:00 que eu estou com este senhor na estrada. Não estamos a falar de uma criança, estamos a falar de uma pessoa de 85 anos que tem problemas de alzheimer”, explica uma utente que não foi atendida.  

Apesar da greve ter afetado alguns utentes, o impacto não foi visível. Mas o sindicato fala numa adesão significativa no Hospital de São João. O objetivo é chamar a atenção do Governo para a carreira dos assistentes técnicos.  

“Estão três dos 25 trabalhadores que deveriam estar aqui. Estamos a falar de um impacto de cerca de 90%. Os constrangimentos para os utentes são mínimos porque as consultas vão-se realizando. Não há justificações, não há remarcações de exames nem de consultas. Mas isso ainda bem porque não é nosso objetivo prejudicar os utentes”, explica Orlando Gonçalves, Sindicato dos trabalhadores  em Funções Públicas. 

O objetivo é chamar a atenção do Governo para a carreira dos assistentes técnicos.   

Paralisação está dividida por dias e carreiras 

Este é o 2º dia de uma paralisação de três dias convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais. Quarta feira a greve foi dos técnicos superiores. A adesão rondou os 50%, com impacto pouco visíveis

Esta quinta foi dedicada aos assistentes técnicos, o último dia da semana será de greve para os assistentes operacionais, aquela que o sindicato garante que terá mais impactos visíveis « podendo até fechar escolas 

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