Os utentes do hospital Beatriz Ângelo, em Loures, dizem que o problema não é novo, mas que está a agravar-se.
De acordo com portal do Serviço Nacional de Saúde até às 8:30 desta sexta-feira, um doente considerado urgente, com pulseira amarela, chegou a esperar mais de 17 horas, para ser visto por um médico. Um tempo bastante superior ao recomendado que para estes casos que é de apenas uma hora.
À porta, pouco movimento e poucas ambulâncias a chegar. Na urgência estavam quase 50 pessoas.
"O hospital Beatriz Ângelo sempre sofreu aqui um bocadinho das grandes esperas nas urgências. Neste momento eu penso que está, podemos dizer, numa situação inaceitável, caótica e com desprezo total pela saúde das pessoas. Queixas no facto de levarem horas e horas para serem atendidos, queixas no facto de as urgências fecharem que é uma coisa inconcebivel", diz Henriqueta Sabino da comissão de utentes do hospital Beatriz Ângelo.
O número de horas à espera baixou depois das 8:30, altura que coincide com a entrada de mais médicos ao serviço, mas manteve-se acima do recomendado.
“Loures nós sabemos que é uma ULS que está direcionada para a população e tem crescido imenso a população da área de abrangência. Nós dentro em breve vamos ter, com o apoio da câmara de Sintra, um novo hospital de proximidade que nos vai ajudar, também, a dar esta resposta", explica António Gandra D’Almeida, diretor executivo do SNS.
A situação era mais complicada em Loures, mas o tempo de espera esteve elevado em mais hospitais. No Garcia de Orta, em Almada, por exemplo, às 8:00 um doente esperava mais de oito horas para ser atendido. No Amadora Sintra há mais de seis horas.
No norte, ao meio-dia, o único hospital com tempo superior ao recomendado, era o do São João que estava com duas horas de espera. Para evitar uma sobrecarga das urgências hospitalares, numa altura em que há um aumento das infeções respiratórias, é recomendado ligar para a linha Saúde 24.