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Operação Martim Moniz: 21 personalidades assinam carta aberta a Montenegro e falam em "exibições de autoritarismo"

Um grupo de personalidades com ligações políticas à esquerda escreveu uma carta aberta a Luís Montenegro. Acusam o Governo de violar a Constituição e atacar o Estado Social de Direito pela forma como foi conduzida a operação policial no Martim Moniz.

Ana Geraldes

Luís Montenegro tem uma carta para dar resposta em vésperas de Natal. Quem lhe escreve entendeu que era urgente interromper os votos habituais da quadra e alertá-lo para o que consideram intolerável.

São 21 nomes, de ação política reconhecida, ligados ao Partido Socialista (PS), ao Bloco de Esquerda (BE) e ao Livre, que consideram que esta imagem constitui um ataque do Governo ao Estado Social e ao Estado de Direito.

Augusto Santos Silva, Alexandra Leitão, Constança Urbano de Sousa, Catarina Martins ou Rui Tavares lembram nesta carta aberta, a comunicação ao país de Luís Montenegro sobre segurança para anunciar que as polícias teriam ações de visibilidade.

"Senhor primeiro ministro, queremos recordar-lhe que ações policiais desproporcionais violam a lei do nosso país", lê-se na carta aberta.

Falam numa mudança de paradigma que o Governo está a fazer e que noutros países significou - consideram - a desistência do Estado Social.

"Governos que criam perceções de insegurança para depois as usarem achando que é com elas que encherão de votos as urnas. Sem quererem saber de danos colaterais".

Falam em exibições de autoritarismo, usadas como alfinetes na lapela, por titulares de cargos políticos. E nas palavras que dirigem ao primeiro-ministro lembram o que disse o Presidente da República.

"Deve ser feito com recato, que eu também penso noutro tipo de atuações, por uma questão de afirmação das instituições e do peso pedagógico", afirmou Marcelo Rebelo Sousa.

Montenegro vê dirigidas a si as críticas e desta atuação da polícia, não se ouviu uma palavra da Ministra da Administração Interna.

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