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Morte de Odair Moniz: “A polícia é das instituições mais credíveis do país”

Sobre as suspeitas de que a arma branca possa ter sido plantada no local do crime, Luís Carrilho lembra que ninguém está acima da lei, mas sublinha que a polícia “é das instituições mais credíveis do país” e muito “escrutinada”.

SIC Notícias

O diretor-nacional da PSP garante que mantém uma boa relação com a Polícia Judiciária, apesar de terem sido noticiadas versões contraditórias na investigação à morte de Odair Moniz.

Luís Carrilho lembra que ninguém está acima da lei, mas sublinha que a polícia “é das instituições mais credíveis do país” e muito “escrutinada”.

Sobre as suspeitas levantadas em relação à faca encontrada no local do crime, o diretor-nacional da PSP remete esclarecimentos para o comunicado que a PSP fez logo na altura.

"Devemos deixar as institucionais funcionar. O único documento formal que existe, em termos de comunicação social, foi o comunicado que a PSP entendeu por bem fazer na altura. Quando os senhores jornalistas me conseguirem dar um documento formal, oficial, sobre a situação, então aí sugiro que canalizem para o sistema de justiça".

Recorde-se que, de acordo com a versão oficial da PSP, Moniz pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

Na primeira declaração, o agente da PSP disse que disparou para se defender de Odair Moniz, porque o homem teria uma faca. Terá dito, no entanto, aos inspetores da PJ, que Odair não a empunhou, nem tentou agredi-lo. Declarações que não podem ser usadas como prova num eventual julgamento, uma vez que não foram presenciadas por um magistrado.

PJ suspeita que faca possa ter sido colocada no local

De acordo com o jornal Expresso, a PJ está agora a investigar a possibilidade de a arma ter sido plantada para justificar os tiros dados pelo agente.

O semanário expresso revela, ainda, que a investigação suspeita de manipulação de provas e adulteração do auto de notícia que deu origem ao comunicado da PSP.

Apesar do processo estar em segredo de justiça, o advogado do agente veio esclarecer algumas dúvidas.

“Eu posso dizer, não violando o segredo de justiça e o segredo profissional é que efetivamente há uma arma branca no local. Não posso dar mais nenhuma informação”, disse aos jornalistas Ricardo Serrano Vieira, advogado do agente da PSP.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

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