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Morte Odair Moniz: PJ suspeita que faca pode ter sido colocada no local para justificar tiros

A Polícia Judiciária suspeita que a faca atribuída a Odair Moniz foi colocada no local do crime para justificar os tiros do agente da PSP. A investigação ainda está a decorrer, mas há informações contraditórias. 

Joana Vitória Teixeira

As circunstâncias da morte de Odair Moniz e a atuação da polícia nos momentos que se seguiram continuam sob investigação da Polícia Judiciária (PJ). Apesar do processo estar em segredo de justiça, o advogado do agente veio confirmar aquela que tinha sido até agora a grande dúvida.

"O que posso dizer, não violando o segredo de justiça e o segredo profissional, é que efetivamente há uma arma branca no local”, disse Ricardo Serrano Vieira, advogado do agente da PSP.

Se foi ou não empunhada não está claro até porque chegaram duas versões às autoridades.

Primeiro, o agente da PSP alegou legítima defesa. Disse que disparou para se defender de Odair Moniz, porque o homem teria uma faca. Terá dito, no entanto, aos inspetores da PJ que Odair não a empunhou, nem tentou agredi-lo. Declarações que não podem ser usadas como prova num eventual julgamento, uma vez que não foram presenciadas por um magistrado.

De acordo com o jornal Expresso, a PJ está agora a investigar a possibilidade de a arma ter sido plantada para justificar os tiros dados pelo agente.

Antes a PSP revelou em comunicado que tinha havido uma tentativa de agressão com arma branca, mas nesta altura, já se sabia que o agente tinha admitido no primeiro interrogatório que não tinha havido nenhuma agressão. A PSP justificou que o comunicado tinha sido feito com base no auto de notícia elaborado pelo agente e pelo colega.

O semanário expresso revela, ainda, que a investigação suspeita de manipulação de provas e adulteração do auto de notícia que deu origem ao comunicado da PSP que justificava os tiros do agente, com uma tentativa de agressão com arma branca por parte de Odair Moniz

O agente, acusado do crime de homicídio simples, foi na quarta-feira interrogado pelo ministério público, mas, desta vez, ficou em silêncio. Continua de baixa médica e quando regressar ao trabalho terá de se apresentar noutra esquadra.

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