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Algarve vai poder usar o rio Guadiana para combater a seca

Portugal e Espanha chegaram a acordo e a região algarvia vai poder recorrer ao Guadiana para combater um dos fenómenos mais nefastos que tem assolado o Algarve.

Conceição Ribeiro

Ricardo Bruno Soares

Portugal e Espanha chegaram a acordo e a região do Algarve vai poder usar o rio Guadiana para combater a seca. O Governo admite avançar dali com ligações à barragem de Santa Clara e dessa para a barragem da Bravura, em Lagos, e assegurar assim o abastecimento a todo o distrito de Faro.

Este outono já trouxe ao Algarve mais 40 hectómetros de água do que havia o ano passado. Ainda assim, as reservas não chegam para assegurar todo o consumo para 2025.

Para acabar com a ameaça que se tornou crónica de um dia faltar água nas torneiras do Algarve, há cerca de ano e meio pela frente para aproveitar o dinheiro comunitário do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O que era preciso acertar com Espanha está fechado: vai mesmo avançar a tomada de água ao rio Guadiana que, através do Pomarão, vai chegar às barragens de Alcoutim.

O dinheiro do PRR vai permitir tratar e injetar na rede pública 24 milhões de metros cúbicos de agua do mar tratada e, caso os estudos confirmem a viabilidade, o Algarve deverá também passar a receber água do Alqueva. Tudo somado, segundo a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, são entre 400 e 500 milhões de euros de investimento no abastecimento de água à região.

Vários movimentos ambientalistas têm criticado a estratégia, por haver muito a fazer ao nível das perdas de agua na rede publica.

Odelouca, a maior barragem da região, está com níveis muito baixos - apenas 15% da capacidade. Odeleite e Beliche, as outras duas que asseguram o grosso do abastecimento urbano, andam na casa dos 30%.

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