País

CPCJ lança livro para alertar sobre abusos sexuais: "proteger crianças compete a tod@s"

O diretor da Polícia Judiciária (PJ) diz que é cada vez mais difícil investigar crimes sexuais online e volta a pedir acesso aos metadados. A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) alerta para o aumento do número de denúncias sobre abusos sexuais.

João Maldonado

João Venda

A apresentação deste livro serve como mote para uma reflexão sobre abusos sexuais. O que pode mudar para combater um dos crimes mais hediondos? O que pode ser feito ao nível da prevenção?

"Está estimado que uma em cada cinco crianças foram, de alguma forma, vítimas de abuso sexual e isto é a ponta do iceberg, porque esses são os casos que estão reportados, isto a nível mundial", refere Ana Isabel Valente, presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ).

A investigação aos casos tem sido, para o diretor-nacional da Polícia Judiciária (PJ), cada vez mais complicada num mundo virado para a internet.

"Não tendo acesso aos metadados, há muitos crimes nesta esfera, o online e outros, há muitos crimes, muitas vítimas que estão desprotegidas, sendo certo que esse postulado põe em causa a segurança, cada um de nós tem que refletir até que ponto é que está disposto a dar um pouco de si, um pouco da sua reserva total da intimidade em prol também dos outros", sublinha Luís Neves.

A Associação Quebrar o Silêncio diz que um em cada seis homens já foi vítima de abusos e alerta para o que diz ser uma nova bomba prestes a explodir.

"Porque é que um profissional de deporto quando fazem uma saída num torneio um treinador, por exemplo, divide quarto com um jovem e todos os outros jovens estão entre jovens? Porque é que um treinador dá boleia na sua viatura pessoal a um ou dois jovens e não dá aos outros?", questiona Ângelo Fernandes, Fundador da Associação Quebrar o Silêncio.

Vítima de abusos por um familiar em criança, emocionada, a atriz Melânia Gomes deixa estes apelos.

"Acreditem nas crianças, porque as crianças não mentem. A infância marca, às vezes parece que está tudo bem, mas há sempre qualquer coisa que se uma criança conseguir verbalizar e conseguir pedir ajuda, há que saber o que fazer como direcionar, como encaminhar. Isso todas as pessoas que lidam com crianças devem ter formação"

Não estando ainda fechados os dados deste ano, a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens avança que as denúncias de abusos sexuais em Portugal estão a aumentar.

Últimas