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Polémica com autarca de Loures: Pedro Nuno Santos diz que Ricardo Leão teve "momento menos bom"

Pedro Nuno Santos defende que as declarações do autarca de Loures, sobre despejos a munícipes envolvidos nos tumultos não representam um bom momento e entende que o PS não deve viabilizar nenhuma moção do Chega, mas desculpa Ricardo Leão.

Madalena Lourenço

Tiago Euzébio

Tiago Martins

Foi a reação ponderada do líder dos socialistas às declarações do autarca de Loures. A insistência dos jornalistas foi muita, mas mesmo assim Pedro Nuno Santos nunca disse se condena as declarações de Ricardo Leão.

"Todos nós temos bons momentos e momentos menos bons. Obviamente que este não foi um bom momento na Câmara Municipal de Loures. Isso não pode é deixar que deixemos de ver e avaliar o trabalho continuo na câmara de Loures. E isso é muito importante", explicou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos

De visita aos bairros onde tudo começou descartou desconfortos, mas também deixou recados.

"Eu acho que o Partido socialista em nenhum lado, em nenhum sítio deve viabilizar moções do Chega muito menos com aquele teor", afirmou o secretário geral do PS.

Ricardo Leão, também do Partido Socialista, defendeu que os envolvidos nos tumultos na Grande Lisboa, deveriam ser despejados da habitação social dos municípios. O PS e o PSD locais aprovaram uma recomendação do Chega nesse sentido. Uma posição que foi amplamente condenada dentro do PS.

Depois da líder parlamentar Alexandra Leitão e o antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi a vez da socialista Ana Gomes deixar o seu entendimento sobre o caso.

"Tenho que demarcar-me e condenar as declarações (...) do presidente da Câmara Municipal de Loures que subscreveu com o PSD local, uma moção inacreditável do Chega, à Chega", disse Ana Gomes, comentadora da SIC.

Vai mais longe e diz mesmo que o PS deve avaliar as condições do autarca para as próximas eleições, mas Pedro Nuno Santos descansa, para já, o autarca: "O presidente da câmara de Loures já emitiu um comunicado. Esse é um assunto para nós encerrado".

Do espetro político oposto, Luís Marques Mendes também considera a proposta inaceitável sobretudo, por questões humanas.

"Eu não subscrevo não é apenas por questões jurídicas, é sobretudo por razões humanas e sociais. Agora imagine que ele despejava uma destas pessoas que causou violência (...) Crianças e adolescentes também iam ficar sem teto? Isso é justo?, disse Luís Marques Mendes, comentador da SIC.

Para esta segunda-feira estava marcada uma reunião entre os autarcas do PS de Lisboa que serviria para discutir as declarações polémicas de Ricardo Leão, mas foi cancelada pelo próprio, que também é o presidente deste organismo.

Ricardo Leão considera que esta é uma "polémica que não existe" e diz sentir-se legitimado no cargo depois de receber muitos telefonemas de apoio. Entende que a questão está resolvida pelo que decidiu desconvocar a reunião.

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