A polícia abordou na quarta-feira à noite um condutor à entrada do bairro da Cova da Moura. O momento pode ser visto nas imagens recolhidas pela reportagem da SIC na Buraca, entre os bairros da Cova da Moura e do Zambujal.
Os agentes pediram ao ocupante do carro para sair. O condutor saiu e tirou o casaco de forma a dizer que não tinha nada ilícito. Não terá obedecido às ordens da PSP e acabou por ser algemado.
O homem permaneceu no local durante longos minutos e as algemas acabaram por ser retiradas. Os agentes ainda ficaram a falar com o homem, que seguiu viagem, sem ser identificado.
Esta detenção aconteceu no mesmo dia em que a PSP avisou que ia ter "tolerância zero" para evitar novos tumultos e que "dezenas de indivíduos" seriam identificados por "instigação à prática de crimes, em redes sociais e por outros meios”.
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Homem detido por posse de material pirotécnico
Num outro ponto de entrada do bairro da Cova da Moura, a PSP deteve esta quarta-feira à noite um homem.
O detido estava na posse de material pirotécnico.
O homem foi algemado no local e transportado para a esquadra.
A detenção surge na sequência de mais uma noite de distúrbios em vários bairros da Grande Lisboa, em que grupos atearam fogo a caixotes do lixo.
Os distúrbios após a morte de Odair Moniz
Os distúrbios que começaram na madrugada de terça-feira no bairro do Zambujal, no concelho da Amadora, após a morte de um homem, baleado pela PSP, alastraram a vários concelhos - Lisboa, Oeiras, Odivelas, Loures, Cascais e Seixal.
Quatro pessoas ficaram feridas, incluindo dois polícias, e duas viaturas policiais danificadas. Dois autocarros foram roubados e incendiados, sendo que dois passageiros de um carro ficaram feridos, numa situação de esfaqueamento.
De acordo com as autoridades, três pessoas foram detidas, em mais de 60 ocorrências de desordem e incêndio, com inúmeros caixotes de lixo incendiados e mobiliário urbano danificado.
O Presidente Marcelo destaca o “papel fundamental dos cidadãos” e apela à ordem pública. O primeiro-ministro Luís Montenegro avisa que o Governo não vai “pactuar com a violência”.