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Desacatos na Grande Lisboa: "Podiam ter morrido várias pessoas esta noite"

João Annes, do Observatório de Segurança e Defesa da Sedes, destaca o desempenho das autoridades. "Aproveito para lembrar que ao final de oito anos, o senhor Presidente da República já emitiu mais de 1.400 condecorações e ainda não teve a oportunidade de condecorar um único polícia, portanto, seria uma boa altura para o fazer", afirma.

SIC Notícias

Foi mais uma noite de desacatos em várias zonas da Grande Lisboa. Na Amadora, para além da intervenção da PSP no Bairro do Zambujal, onde um autocarro foi incendiado, um grupo tentou incendiar um posto de combustível na Buraca. Em Carnaxide, um autocarro ardeu, as chamas aproximaram-se das casas. Os desacatos estenderam-se a Loures com um carro a ser incendiado. João Annes, do Observatório de Segurança e Defesa da Sedes, considera que esta situação é obra de arruaceiros que se aproveitam da situação que resulta da morte de um homem, depois de ter sido baleado pela PSP.

“Estes atos de desordem pública põem em risco a vida dos próprios moradores. Estes dois agentes da PSP que com perigo para as próprias vidas, pegaram num extintor e foram para dentro de uma bomba de gasolina que estava a arder para tentar extinguir esse incêndio, estavam a tentar salvar a vida em primeiro lugar do trabalhador que estava dentro dessa dessa bomba de gasolina e não tinha condições para sair, mas também de muitos outros moradores que seriam provavelmente vitimados por uma explosão daquela bomba de gasolina”, realça João Annes.

O especialista do Observatório de Segurança e Defesa da Sedes considera que a atuação da polícia foi "exemplar".

“Não pode haver qualquer dúvida na condenação e também em dar os meios e a liberdade operacional às forças de segurança para reprimir estes desacatos (…) A progressão tática foi, eu diria, quase perfeita, na aproximação, na forma como projetaram luzes contra contra as janelas, para tentar procurar o reflexo, por exemplo, de qualquer tipo de armamento que pudesse ameaçar a progressão da polícia", explica.

João Annes aproveita também para lembrar: “Ao final de oito anos, o senhor Presidente da República já emitiu mais de 1.400 condecorações e ainda não teve a oportunidade de condecorar um único polícia, portanto, seria uma boa altura para o fazer, aproveitando os atos heroicos destes dois agentes”.

Em entrevista na SIC Notícias, o especialista diz ainda que não confunde “a população destes bairros com estes arruaceiros”.

“Não podemos aumentar aquilo que já são algumas Chagas sociais algum fenómeno de sentimento de exclusão destas destas populações que vivem em zonas super densas e empobrecidas com o que são 20, 30 , 40,50 arruaceiros que a única coisa que querem neste momento é aproveitar que houve um sentimento popular, legítimo, de preocupação contra aquilo que aconteceu naquele incidente, isto é aproveitar para fazer atos de violência gratuita, podiam ter morrido várias pessoas Esta Noite não morreram devido à atuação das autoridades”. sublinha o especialista.

Já esta manhã, a ministra da Administração Interna confirma que três pessoas foram detidas na noite passada na sequência dos desacatos na Grande Lisboa. Há também registo de dois feridos. Margarida Blasco não adianta se vai haver reforço policial para esta noite, garante apenas estar em contacto com as autoridades.

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