Vai começar, na terça-feira, um dos julgamentos mais aguardado de sempre em Portugal: o processo principal do BES. Há dezoito arguidos e mais de setecentas testemunhas num processo em que Ricardo Salgado está acusado de 65 crimes.
O império colapsou há mais de uma década e chega agora a julgamento. Com quatro mil páginas de acusação, 215 volumes e muitos milhares de ficheiros quando estará concluído, é a pergunta? Não há respostas sem margem de erro.
Os números de um dos maiores processos da história da Justiça portuguesa impressionam e obrigam a medidas extraordinárias para compensar a falta de condições do tribunal.
Por exemplo, o julgamento centrado no rosto de um ex-banqueiro, Ricardo Salgado, será transmitido em direto para duas salas de imprensa, no Campus de Justiça, com capacidade para 32 jornalistas.
Nos próximos meses, ou anos, passarão por aqui mais de 700 testemunhas e quase 150 assistentes.
Segundo o Ministério Público, a derrocada do Grupo Espírito Santo terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros a mais de 2.000 clientes.
Em causa, pelo menos 300 crimes de associação criminosa, corrupção, falsificação de documentos, burla qualificada e branqueamento, alegadamente praticados pelos 18 arguidos do processo.
Ao início, Ricardo Salgado estava acusado de 65 crimes, mas três, entretanto, já prescreveram e, até ao final do ano, outros tantos devem seguir o mesmo caminho.