Os cinco reclusos fugiram há precisamente um mês da cadeia de Vale de Judeus. A fuga demorou seis minutos e só foi detetada uma hora depois.
A cronologia da fuga foi apresentada pela ministra da Justiça. Rita Júdice levou três dias a reagir publicamente ao caso, para garantir que tinha toda a informação de que precisava para chegar a duas conclusões.
Os cinco reclusos foram meticulosos, mas também beneficiaram de um sistema repleto de falhas.
Três homens ajudaram o grupo e a fuga só foi detetada pelos guardas prisionais ao fim de uma hora. O alerta à GNR, que é a força de segurança responsável naquela área, chegou quase uma hora e meia depois do último recluso ter saltado o muro.
A SIC teve acesso a um relatório preliminar que conta outros pormenores do plano com base nas imagens de sete câmaras de videovigilância.
Um dos reclusos montou um estendal no pátio para esconder as movimentações. Outros presos, que não fazem parte do grupo de evadidos, terão ajudado. Deslocaram caixotes do lixo para facilitar o salto da vedação.
Um dos fugitivos, Fernando Ribeiro Ferreira, de 61 anos, estaria até a usar um auricular para comunicar com os cúmplices no exterior.
Esta segunda-feira, precisamente um mês depois da fuga, cerca de 200 guardas prisionais concentraram-se em frente à cadeia de Vale de Judeus, com recados para a ministra.
Vale de Judeus estava a ser gerido de forma interina há quatro meses, desde que o anterior diretor saiu para a reforma. O novo diretor iniciou funções há duas semanas, mas garante que já foram feitas mudanças.
O responsável pela cadeia no dia da fuga faz parte da nova direção e garante ter a consciência tranquila.
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