A norte tem o Douro, a sul o Dão. Com duas potências vitivinícolas nas fronteiras, a região do Távora Varosa esteve muitos anos adormecida, mas hoje é uma referência no espumante.
A casta folgazão que aqui se vindima é uma das que mais beneficiou com a forma como a região se procura afirmar.
“Era uma casta que estava um bocadinho digamos marginalizada porque era conhecido como uma casta maior, uma casta de bagos grandes, mas afinal ela tem potencial e a prova é a grande procura que nós temos da marca Fraga da Pena que é constituída essencialmente pela casta folgazão”, conta João Silva, presidente da cooperativa do Távora.
A cooperativa do Távora é um dos principais fornecedores do mercado de espumantes. Ultrapassou já a barreira dos dois milhões de garrafas. O segredo está na vinha, mas também nas caves.
Tal como no vinho espumante, a região começa a dar passos mais arriscados no turismo e é à mesa no antigo convento de Ferreirim, no concelho de Sernancelhe, que se experimenta o paladar da região.
Com pouco mais de 2 mil e 200 hectares de vinha, a região tem crescido quase 20% a cada ano e o preço não baixa porque a região do produz espumantes de denominação de origem, ou seja, não vinifica uvas de outras regiões.
A região do Távora Varosa será a única no país que não terá de recorrer a destilação de crise, porque não tem excesso de stock de vinho, o que talvez comprove que as regiões que produzem em qualidade e não em quantidade continuam a ter resposta no mercado.