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"Olhávamos para trás e víamos que tinha caído um míssil": o relato de uma portuguesa retirada do Líbano

Uma das portuguesas que regressou a Lisboa, esta noite de sábado, na operação de repatriamento da Força Aérea contou à SIC a dificuldade que foi abandonar o Líbano e o clima de guerra.

Ana Lemos

Ana Isabel Leite

Euridice Lakkis é uma das 44 pesssoas que viajou para Portugal para fugir do Líbano. Chegou ao aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, no avião da Força Aérea acompanhada pelos dois filhos menores, um de nove anos e outro de 13 anos.

À SIC relatou como foi a saída do Líbano. “Foi um trajeto muito complicado. Estivemos presos num engarrafamento durante 14 horas”, contou já em Portugal, onde chegou ao início da noite deste sábado.

"Olhávamos para trás e víamos que tinha caído um míssil", partilhou com a SIC esta portuguesa que faz parte do grupo de 44 cidadãos que pediram ajuda a Portugal para serem retirados do Líbano.

Agora está em segurança mas não tem familiares ou amigos a quem recorrer em Portugal. Deixou tudo para trás: trabalho, casas e familiares, incluindo o marido.

“Operações futuras” são possíveis

Aterrou pouco depois das 20:30 deste sábado em Lisboa, o avião da Força Áerea que transportava os 44 cidadãos retirados do Líbano. O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Nuno Sampaio, recebeu estes portugueses que pediram ajuda para sair do país. Ao que a SIC apurou, oito crianças fazem parte do grupo.

A operação de repatriamento começou na sexta-feira mas, por razões de segurança, não foram revelados detalhes até hoje. Estes 28 portugueses e os seus familiares diretos foram inicialmente transportados para Lanarca, no Chipre, e daí rumaram a Portugal num voo militar.

Em comunicado enviado às redações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros informa que esta operação “envolveu um avião Falcon-50 e um avião KC-390” e escarece que o grupo que aterrou, esta noite de sábado no aeroporto de Figo Maduro, é composto por “28 cidadãos portugueses e seus familiares”, num total de 44 pessoas.

“No dia 27 de setembro, a Força Aérea Portuguesa (FAP) participou no esforço de repatriamento de 28 cidadãos portugueses e seus familiares, residentes no Líbano. Todos os passageiros foram transportados em segurança para o Chipre numa aeronave Falcon-50 da FAP, tendo embarcado hoje à tarde num avião KC-390 da FAP, com destino a Lisboa”, lê-se no comunicado.

Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado Nuno Sampaio não especificou quantos portugueses estão ainda no Líbano mas admitiu a possibilidade de “operações futuras” de repatriamento. O governante reiterou ainda que o Executivo mantém-se “atento” e está “preocupado” com o conflito no Médio Oriente.

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