No arranque do ano letivo, são cada vez mais os professores deslocados à procura de casa. A Associação de Solidariedade Social dos Professores tem alojamentos disponíveis para os docentes colocados longe da área de residência, desde que sejam associados.
A porta está aberta para todos os professores deslocados que precisam de uma casa. Os seis que aqui moram nesta altura têm aqui dentro uma nova rotina, ainda que longe de casa.
"Atualmente, a minha única opção é estar em Lisboa. Ou é isto ou é não ter o meu trabalho como professora", diz Ana Cristina Pinto, professora.
Ana Cristina deixou Lamego e a família há quatro anos. A mais de 300 quilómetros estão o marido e a filha, agora de seis.
Professora do ensino básico, concorreu e, concurso atrás de concurso, o único sítio onde consegue lugar continua a ser Lisboa. Na hora de encontrar um sitio para viver, escolheu a Associação de Solidariedade Social para Professores.
O alojamento em Lisboa, apenas para docentes associados, tem 13 quartos.
No quarto ao lado, mora Fernanda Henriques. Aos 47 anos, decidiu deixar Amarante. Entretanto, passaram cinco anos.
"É uma idade em que não podemos adiar decisões. O tempo passa muito rápido e se queremos agarrar a nossa profissão e chegar à idade da reforma com tempo de serviço e termos reforma adequada às nossas necessidades temos de nos sujeitar", conta.
Ambas escolheram ser professoras, mas o caminho que fazem todos os dias para exercer a profissão é cada vez mais duro. Longe de casa, da família e com o orçamento mensal limitado.
"Em termos de resultados monetários, não vale a pena. Em termos de serviço, sim", acrescenta Fernanda.
Com cada vez mais professores à procura de soluções, a associação quer abrir no próximo ano mais alojamentos. Atualmente, tem casas em Lisboa, Santarém, Portalegre e Madeira.