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Helicópteros do INEM: Vítor Almeida diz que ministra ficou "numa situação fragilizada"

Em entrevista à SIC Notícias, o médico anestesista que recusou assumir a presidência do instituto diz que o INEM vive do voluntariado e defende que as horas de formação e o orçamento anual de cerca de 150 milhões de euros são insuficientes para sustentar o instituto.

SIC Notícias

Estela Sofia Santos

Frederico Correia

O médico que rejeitou ser presidente do INEM diz que a ministra da Saúde ficou numa situação fragilizada depois da polémica em torno da contratação de quatro helicópteros por ajuste direto. Na quinta-feira, na SIC Notícias, Vítor Almeida defendeu que o Instituto Nacional de Emergência Médica precisa de um investimento anual de cerca de 350 milhões de euros.

Vítor Almeida chegou a ser o nome escolhido pelo Governo para assumir a presidência do INEM, mas rejeitou o convite.

Esclarece que nunca chegou a ser presidente. porque não houve uma nomeação formal.

Demissão de Luís Meira

O caso remonta ao início de julho quando o ex-presidente do INEM, Luís Meira, bateu com a porta depois de divergências com a ministra da Saúde por causa da contratação de helicópteros de emergência.

Ana Paula Martins defendia que o INEM tinha condições para avançar com um concurso público, mas a administração de Luís Meira avançou com um novo ajuste direto por falta de condições financeiras tendo em conta o preço-base que tinha sido definido pelo Governo anterior.

Cerca de um mês depois de se demitir, Luís Meira viu o Tribunal de Contas dar-lhe razão e aprovar o contrato de um ano com a operadora Avincis no valor de 12 milhões de euros.

Os juízes consideraram o processo ilegal e culparam o Ministério da Saúde, acusando-o de não ter dado dinheiro suficiente ao INEM para a abertura de um concurso público.

Vítor Almeida fala em falta de garantias

Vítor Almeida conta que Ana Paula Martins não lhe deu as garantias que precisava para assumir o cargo:

"Uma coisa é chegar a presidente do INEM por concurso público e prestar provas públicas. Concorri três vezes e esse é o caminho correto. Outra é chegar a presidente do INEM sob uma demissão que, afinal, foi uma demissão de alguém que agiu de forma correta. Do ponto de vista ético como médico, eu não quis assumir."

O médico anestesista diz que o INEM vive do voluntariado e defende que as horas de formação e o orçamento anual de cerca de 150 milhões de euros são insuficientes para sustentar o instituto.

Vítor Almeida alerta para a necessidade urgente de valorizar as carreiras no INEM e propõe ainda a criação de uma lei que defina o tempo máximo de socorro obrigatório em todo o território de Portugal continental.

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