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Fuga dos reclusos: silêncio do Governo está a ser alvo de críticas

A ministra da Justiça está a ser alvo de críticas por ainda não ter tomado uma posição pública sobre a fuga dos cinco reclusos. Rita Júdice só vai pronunciar-se sobre o caso depois de analisar toda a informação. Luís Marques Mendes diz que o silêncio do Governo é insólito e inexplicável.

Rui Carlos Teixeira

Francisco Carvalho

Nas últimas 48 horas já falaram sindicatos, partidos políticos e até já falou o Presidente da República, mas ficou a faltar uma palavra do Governo. Um silêncio que continua.

“Não é o Governo que tem culpa desta fuga nem provavelmente pode ser assacado ao Governo a responsabilidade por problemas de segurança nas prisões. O Governo tem quatro meses de vida apenas, mas atenção é o Governo que está e funções, é a ministra da Justiça que está em funções e, portanto, os Governos são para os bons momentos, mas também para os momentos menos bons”, explica Luís Marques Mendes, comentador SIC

E, neste momento, perante a fuga de cinco reclusos de uma prisão de alta segurança, Luís Marques Mendes considera que o silêncio de Rita Júdice não tem explicação.

“Este silêncio é estranho, é insólito, porque a ministra da Justiça pelo menos já devia ter vindo a público dar a cara, dar explicações, e ter esta palavra relativamente aos portugueses. Relativamente ao que aconteceu e relativamente ao que se está a fazer para que esta situação seja revertida. Eu acho isso inexplicável”, diz Luís Marques Mendes.

A ministra da Justiça só vai falar sobre o caso quando tiver toda a informação que pediu. Informação essa que à SIC o Gabinete de Rita Júdice não especifica. Espera apenas que seja brevemente, mas sem se comprometer com prazos.

Quanto às consequências, nomeadamente a eventuais demissões, vai ser preciso esperar pela posição pública do Governo, que do Presidente parece ter algum respaldo político. Marcelo Rebelo de Sousa concorda que é preciso tempo para investigar.

“Penso que temos de dar tempo, algum tempo, para duas coisas. A primeira é para se perceber como é que aconteceu, e espero que as autoridades competentes procedam às investigações e as revelem em tempo oportuno”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

A Iniciativa Liberal quer ouvir no parlamento Rita Júdice e as antecessoras e pede a saída imediata do responsável pelas prisões que é também um dos alvos principais do Sindicato dos Técnicos da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais

Num comunicado enviado à imprensa fala numa postura feudal da direção e lamenta o estado a que os serviços chegaram por desconhecimento, inércia e total incapacidade de quem o dirige.

Rui Abrunhosa Gonçalves está no cargo há dois anos, mas já recusou apresentar a demissão na sequência deste caso.

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