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Marcelo pede atualizações regulares sobre fuga de reclusos para "dar segurança"

Este domingo, o Presidente da República pediu tempo para que as autoridades possam apurar as circunstâncias que levaram à fuga dos cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre. Aos jornalistas, Marcelo falou ainda sobre os dois Conselhos de Estado previstos para este semestre, um deles a realizar-se já no dia 1 de outubro.

Ana Luísa Monteiro

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu este domingo às autoridades para informarem os portugueses sobre a fuga dos cinco reclusos da prisão de Alcoentre "com alguma periodicidade" para "dar segurança de que estão a atuar". As declarações do chefe de Estado foram feitas aos jornalistas à margem da Feira do Livro de Belém, na residência oficial do Presidente da República.

Questionado sobre a ausência de um pronunciamento da ministra da Justiça sobre a fuga dos cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, Marcelo Rebelo de Sousa disse que é importante dar tempo às autoridades para apurarem o que se passou antes de haver intervenção do Governo.

"É preferível apurar serena e cabalmente o que se passou do que ter informações avulsas e dispersas que criam confusão", referiu, acrescentando que se devem evitar respostas imediatas e contraditórias.

A fuga dos cinco reclusos "perigosos" da prisão de Alcoentre tem sido notícia em vários países. Marcelo Rebelo de Sousa recusou falar sobre as consequências que o caso pode trazer para a reputação de Portugal a nível internacional, optando por aguardar por mais informações antes de fazer "pronúncias públicas e oficiais."

Conselho de Estado marcado para 1 de outubro

O Presidente da República quer reunir novamente o Conselho de Estado depois da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2025, e rejeitou que a reunião de 1 de outubro seja para condicionar as negociações orçamentais.

"Não, pelo contrário. A ideia é a oposta. A ideia é falar-se à vontade, olhando para a evolução no mundo, na Europa e em Portugal, sem haver ainda aquela pressão que tem a ver com o desfecho de uma votação que, em princípio, será no final de novembro", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas durante a Festa do Livro nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa.

A Presidência da República divulgou este domingo de manhã que o chefe de Estado convocou uma reunião do Conselho de Estado para 1 de outubro "para analisar a situação económica e financeira internacional e nacional", que antecede a entrega da proposta de Orçamento do Estado pelo Governo na Assembleia da República, prevista para 10 de outubro.

Interrogado sobre o objetivo desta reunião do seu órgão político de consulta, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que já tinha feito saber aos conselheiros de Estado que iria convocá-los para duas reuniões no segundo semestre deste ano, uma primeira sobre "a situação económica internacional e internacional, geral, abstrata", que foi agora marcada.

"E depois um segundo Conselho de Estado sobre o Orçamento do Estado, portanto, já mais adiante, depois de ter sido apresentada a proposta de lei do Governo", completou.

De acordo com o chefe de Estado, a segunda reunião ainda não tem data:

"Ainda não, depois veremos. Aí há uma coisa importante é saber primeiro qual é a proposta de lei apresentada, depois ver as reações à proposta de lei. E depois, assim, logo que possa, eu marcarei o segundo".

Com LUSA

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