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Escalaram a rede e desceram o muro com uma escada: como cinco reclusos fugiram da prisão

Numa prisão sem torres de vigilância havia 20 guardas ao serviço para controlar mais de 500 reclusos, a maioria ocupados com a hora das visitas.

Pedro Freitas

Flávio Valente

As autoridades têm no terreno uma grande operação para capturar os cinco reclusos que fugiram este sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, considerados perigosos.

Em declarações à SIC, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), explica que os cinco homens – dois portugueses e três de nacionalidade estrangeira - “conseguiram saltar uma rede porque não há guardas para vigiar a periferia”: há nove anos que esta prisão não tem torres de vigilância.

“Saltaram uma rede, encostaram a escada ao muro e, de lá de dentro, com uma corda artesanal, escalaram o muro, desceram pelas escadas e foram à vida deles".

Eram 10 da manhã, hora da visita, e uma das câmaras de videovigilância estaria desligada, mas as outras gravaram o momento da fuga.

Frederico Morais acredita que os reclusos terão tido ajuda de cúmplices a partir do exterior, equipados “com equipamento militar”. Tudo foi planeado e havia dois carros na rua à espera.

Estavam 20 guardas ao serviço para controlar mais de 500 reclusos. Metade do que o previsto, segundo os sindicatos.

Os reclusos "conseguem furar uma rede, conseguem entrar na zona neutra, vêem as lacunas, estudaram-nas, muniram-se de recursos e atuaram”, aponta Hermínio Barradas, presidente da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional. “São pessoas determinadas, então, se não há guardas, se eles sabem que os guardas estão nas visitas...”

Os dois fugitivos mais perigosos - Fábio Loureiro, conhecido no mundo do crime por “Fábio Cigano” e o argentino Rodolfo José Lohrmann já tinham estado presos no Estabelecimento Prisional do Monsanto onde também tentaram fugir.

O presidente do SNCGP alerta que os fugitivos “são extremamente perigosos” e aconselha a população a contactar as autoridades caso sejam avistados.

Hermínio Barradas acrescenta que quatro dos reclusos "tinham medidas especiais de segurança, portanto, só podiam sair do estabelecimento acompanhados pelo grupo de intervenção”.

“São indivíduos que estão dispostos a tudo consoante as suas determinações. Aquando da captura, se ocorrer, vai ser uma com uma complexidade muito elevada, com perigo para vidas humanas certamente”, alerta.

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