Rudolfo Lorman, argentino, era conhecido em Portugal pelos assaltos a bancos e ourivesarias. Há imagens que mostram assaltos levados a cabo por Lorman e outros dois homens. Num dos roubos a uma agência, é possível ver o momento em que duas funcionárias contavam o dinheiro no caixa. Em poucos minutos, invadiram o estabelecimento e conseguiram roubar quase 50 mil euros, evidenciando a rapidez e agilidade que mostraram em pelo menos cinco assaltos entre 2014 e 2016.
No entanto, Lorman não é um assaltante comum. "Supostamente, o que ouvimos na altura é que eles cometeram alguns homicídios na Argentina. Quando fomos informados, no sistema interno da Interpol, que tínhamos só em Portugal os dois homens mais procurados da Argentina, foi um bocadinho assustador, porque estavam a ser tratados no sistema prisional como dois presos normais que tinham cometido um assalto a um banco na zona oeste de Portugal", disse Frederico Mrais, do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional.
Conhecido como "El Russo", Lorman estava na lista dos dez mais procurados da Argentina. Lá, a sua especialidade criminal incluía sequestros e assassinatos de jovens de famílias ricas. O objetivo era conseguir dinheiro com os resgates. Cristian Xerer, filho de um ex-ministro da Saúde argentino, foi uma das alegadas vítimas de Lorman. Após o sequestro, o pai pagou um resgate de mais de 200 mil euros, mas o jovem de 21 anos nunca apareceu.
Outra vítima terá sido a filha do antigo presidente do Paraguai, Raúl Cubas Grau. Foi raptada e, alguns dias depois, o corpo foi encontrado numa fossa perto da fronteira com a Argentina.
Em 2018, quando Lorman chegou ao Tribunal de Loures para ser julgado, a segurança era extremamente apertada. Lorman foi condenado a 18 anos e 10 meses por crimes de associação criminosa, furto, roubo e branqueamento de capitais.
Rudolfo Lorman não foi o único a fugir do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre. Outros quatro homens perigosos também estão em fuga.