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Quem será o próximo comissário europeu? Montenegro mantém silêncio

Faltam três dias para o Governo comunicar oficialmente a Bruxelas o nome português a integrar a próxima Comissão Europeia. Se tiver um bom nome feminino em mente, Luís Montenegro poderá manter uma pasta importante para o país.

José Manuel Mestre

Eduardo Horta

Ursula von der Leyen, a mulher que corre à frente da Europa, pediu uma Comissão Europeia (CE) paritária com tantos homens como mulheres na mesa de trabalho dos comissários em Bruxelas. Mas dificilmente vai ter, já que mais de metade dos países indicou um homem para o lugar.

Há vários primeiros-ministros que até mandaram um recado: indicam quem entendem ser o melhor para representar o país e alegam que os tratados europeus dão total autonomia aos chefes de Governo para a escolha dum único nome.

O jornal Político, especialista em assuntos europeus, diz que 16 países já confirmaram a escolha de um homem para comissário. Ou seja, na melhor das hipóteses só restariam 11 lugares para mulheres, o que significaria uma derrota para a presidente da CE, porque no segundo mandato não conseguiria chegar aos atuais 44% de representação feminina.

Presidente deve chumbar nomes

Depois de uma entrevista aos candidatos, Ursula von der Leyen também pode recusar quem lhe indicam. E é provável que alguns nomes masculinos sejam chumbados por falta de perfil para as pastas disponíveis.

Até agora, nos 27 lugares só há cinco mulheres confirmadas, incluindo a própria Ursula von der Leyen.

Montenegro pode repetir Costa e manter pasta relevante

O jornal de referência britânico The Guardian diz que só sete chefes de Governo ainda não indicaram a escolha. Já o jornal Politico garante que são apenas cinco: Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Itália e Portugal.

Uma oportunidade para Luís Montenegro conseguir uma boa pasta se tiver um nome feminino à medida para um bom lugar.

Há cinco anos, foi com o nome duma mulher que António Costa conseguiu o importante lugar de comissária da Coesão para Elisa Ferreira, deixando cair a hipótese Pedro Marques. A maioria dos países que foram a jogo só com um nome masculino acabaram relegados para pastas secundárias.

Maria Luís Albuquerque?

Portugal mantém o silêncio público sobre a escolha, mas há muito que o primeiro-ministro discute o tema com a presidente da Comissão Europeia.

Em Bruxelas, o jornal Político já deu como certa a indicação de Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das finanças de Passos Coelho, algo que ninguém confirmou.

A ser indicado um homem, terá de ter um currículo claramente superior aos candidatos dos outros países. Nesse caso até poderia conseguir uma boa pasta, mesmo com outro português, António Costa, num alto cargo europeu.

Se for uma mulher, há a grande vantagem de ser dos poucos países a ajudar ao equilíbrio de género. Caso Montenegro tenha uma solução forte na manga, pode garantir a Portugal manter-se com uma pasta de relevo na Comissão Europeia.

Segredo português mantido

A opção já estará conversada com a Presidente, mas para manter o segredo a carta oficial com o nome português só deve seguir no fim do prazo, depois de conhecidas as primeiras escolhas dos outros países.

O prazo termina esta sexta-feira.

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