O sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter, registado na madrugada desta segunda-feira, fez soar os alarmes a nível nacional sobre quão preparado está o país para enfrentar uma catástrofe natural de maiores dimensões no futuro.
O epicentro do abalo ocorreu a 58 quilómetros a oeste de Sines, a uma profundidade de 10,7 quilómetros e foi sentido em várias regiões do país, principalmente nos distritos de Lisboa e Setúbal.
Em entrevista à SIC Notícias, Carlos Moedas relembra que a capital portuguesa é uma "zona sísmica" e que os "sismos vão acontecer" embora não se saiba quando e qual a sua magnitude.
"Preparamo-nos na CM de Lisboa para este evento todos os dias"
Há dois anos, a Câmara de Lisboa apresentou um Sistema de Aviso e Alerta de Tsunami no Estuário do Tejo, com a instalação de sirenes na Praça do Império e na Ribeira das Naus que, segundo o autarca, são acionadas caso seja registado um sismo de magnitude entre os "7/7.5 na escala de Richter".
"As sirenes são acionadas e a Proteção Civil sabe para onde vai levar estas pessoas. Temos seis locais seguros que são determinados por estas sirenes e as pessoas são acompanhas", refere o presidente da Câmara de Lisboa.
A autarquia terá ainda desenvolvido um plano de emergência com as freguesias lisboetas.
Arquitetura lisboeta está preparada para eventuais sismos?
"Toda a construção em Lisboa pós anos 80 foi feita com proteção antissísmica com os melhores standards técnicos do mundo [e está verificada]. Mas essa construção é apenas metade da construção de Lisboa, a outra metade foi construída antes. Aquilo que nós vamos lançar é uma aplicação na internet em que as pessoas podem ver o seu prédio e o que podem fazer para reforçar [a sua estrutura].
A Câmara Municipal de Lisboa vai lançar, nos próximos dias, uma aplicação que permitirá aos cidadãos obterem informação sobre o risco sísmico dos edifícios que habitam. A aplicação denominada de 'LxReSist' vai elencar as prováveis vulnerabilidades sísmicas de um determinado edifício, tendo em conta a sua idade, e que ações podem ser adotadas para prevenir esse risco.
Segundo Carlos Moedas, em caso de sismo na cidade de Lisboa, as operações serão dirigidas a partir do Centro Permanente de Operações de Proteção Civil em Monsanto.
"As equipas estão preparadas mas nós não podemos saber o que é que será uma grande catástrofe. Nós não podemos saber nunca, na realidade, o que vai acontecer com um sismo de grande magnitude. Mas há preparação constante e diária", salienta o autarca em entrevista à SIC Notícias.
Sem avançar números concretos, Carlos Moedas acrescenta que a construção de infraestruturas com proteção antissísmica "pode ser 20 ou 30% mais caro" do que o habitual.
"Não se pode prever uma catástrofe, só planear"
O sismo desta segunda-feira gerou alguma preocupação na comunidade com várias pessoas a queixarem-se da falta de informação sobre os procedimentos que devem ser adotados neste tipo de situações.
Saiba como deve agir antes, durante e depois de um sismo.
Com Lusa