Nunca como agora houve tantos professores a atingir a idade da reforma e tão poucos candidatos a abraçar a carreira de docente. No final deste mês vão sair do sistema de ensino 460 professores.
Há anos que se alertam os Governos para o problema do envelhecimento da classe docente e para o impacto na escola pública e nos alunos que ficam sem aulas, mas em vez de ser resolvido o problema agrava-se.
"Durante muito tempo, os Governos sucessivos desprezaram a carreira de docente, alias os professores eram convidados a ir para outro país, portanto, exercer outro tipo de profissões ou até ser professor. Foi um erro, um grande erro, e agora estamos a pagar por isso", explica Filinto Lima, presidente da associação nacional de diretotes de agrupamentos de escolas públicas.
Se as previsões se concretizarem, o ano de 2024 terá o mais elevado número de aposentações da última década, vão ser cinco mil, e o a arranque do novo ano letivo será complicado todos os outros.
"No arranque deste ano letivo, em virtude de mais de 400 professores se jubilarem durante o mês de agosto, poderá acontecer que alguns alunos possam ficar sem docentes nos primeiros dias de aulas. Nós sabemos que há duas grandes regiões em Portugal que são afetadas pela escassez de professores e também pela aposentação que é Lisboa e Vale do Tejoe Algarve. As disciplinas são as TIC (informática), o português, o inglês, a matemática e já começa a ser u pouco transversal", diz Filinto Lima
A solução para resolver este problema é conhecida há muito. Tem sido repetida até à exaustão por sindicatos e diretores das escolas.
"É preciso cativar os nossos jovens para que de facto eles percebam que a carreira de docente tem futuro, mas isso depende muito sobretudo dos nossos poíticos. Ao mesmo tempo é preciso acarinhar os prfessores que estão atualmente no sistema educativo naional", explica o presidente da associação nacional de diretotes de agrupamentos de escolas públicas.
Portugal tem a classe docente mais envelhecida da união europeia, com uma média de idades que se situa nos 50 anos. As previsões indicam que até 2030 será preciso recrutar 34 mil e 500 professores.