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Parlamento já recebeu “emails fantasma” a envolver Marcelo e o filho no caso das gémeas

As comunicações eletrónicas não constavam na lista de documentos a que a comissão parlamentar de inquérito tinha tido acesso. O assunto levantou polémica durante a audição de Maria João Ruela, consultora da Presidência da República, no Parlamento.

João Maldonado

São comunicações consideradas essenciais entre o chefe da Casa Civil e a consultora do Presidente da República e estavam em falta no processo que chegou ao Parlamento.

O caso marcou a audição parlamentar de Maria João Ruela na comissão de inquérito, na última semana. A consultora do Presidente da República enviou agora ao Parlamento os dois emails que estavam em falta, no caso das gémeas luso-brasileiras que receberam tratamento no Hospital Santa Maria. Num dos emails, Marcelo Rebelo de Sousa reencaminha o pedido do filho, que pretendia uma ajuda para escapar à burocracia em Portugal.

Enquanto decorria a audição de Maria João Ruela no Parlamento, a Casa Civil da Presidência da República enviou à Assembleia um esclarecimento a dizer que nunca existira um email, já que Maria João Ruela tinha sido informada num papel, físico, que lhe fora entregue. Mas nem 24 horas passavam e a assessora descobria que, afinal, havia mesmo um email – uma troca de emails, na verdade.

“Pai, pode ajudar?”

Tudo começa com um pedido de ajuda, feito a 21 de outubro, por Nuno Rebelo de Sousa ao Presidente da República. "Pai, pode ajudar?", lê-se no documento, em que o filho do chefe de Estado se queixa da burocracia em Portugal, que estaria a impedir o tratamento das crianças.

No mesmo dia, Marcelo Rebelo de Sousa reencaminha a informação recebida ao chefe da Casa Civil, Fernando Frutuoso de Melo, que, por sua vez, a reencaminha a Maria João Ruela. Esta fica incumbida de perceber de que se tratava o caso.

Não foi o único email perdido que foi descoberto pela consultora da Casa Civil. Maria João Ruela entregou também à comissão parlamentar de inquérito uma outra comunicação, em que Fernando Frutuoso de Melo enviava uma notícia do jornal Expresso e pedia para ser preparado o envio do caso de São Paulo ao primeiro-ministro e à Secretaria de Estado das Comunidades.

[Notícia atualizada às 17:40]

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