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Jovem foi institucionalizada a 500 quilómetros de casa, família está desesperada

Inês não pode voltar para casa devido ao Acordo de Promoção e Proteção do Tribunal de Menores. Há 15 dias, os pais ficaram proibidos de qualquer contacto com a filha.

Daniela Alves

José Ribeiro

SIC Notícias

Uma família de Évora está desesperada depois de uma adolescente ter sido tirada aos pais. O processo-crime foi arquivado por falta de indícios, mas a criança continua institucionalizada a mais de 500 quilómetros de casa.

É com as lágrimas a cair pelo rosto que a mãe de Inês conta como tudo aconteceu. Um surto psicótico da adolescente, que aconteceu a 28 de outubro de 2023, deu início a um processo-crime contra estes pais.

Nesse dia, a jovem começou a agredir-se, a ameaçar os pais e ser violenta, comportamentos que fizeram a mãe ligar para o INEM. Quando chegaram ao local, o comportamento mudou totalmente.

Ainda assim, Inês ficou em observação durante a noite, no Hospital de Évora, devido ao estado psicológico. No dia seguinte, foi transferida para o Dona Estefânea para poder ser vista por um pedopsiquiatra.

Já tinha sido diagnosticada com perturbação depressiva e mais tarde um psicólogo admitiu haver sintomas de perturbação da personalidade Borderline.

Pais foram detidos e ouvidos

Poucos dias depois, os pais foram detidos para serem ouvidos pelo Juiz de Instrução Criminal do DIAP de Évora. Estavam a ser acusados de violência doméstica contra a filha mais velha.

Inês foi institucionalizada na cidade, no Chão dos Meninos, mas fugiu várias vezes, sempre com o objetivo de ir para casa e estar com pais. Eram os próprios que alertavam as autoridades.

E não puderam voltar a abrir a porta à filha. Pouco tempo depois, Inês foi transferida para uma clínica de tratamento de dependências, em Chaves. É a única menor na instituição. Dali, já fugiu pelo menos 17 vezes.

Família não contacta Inês há duas semanas

O processo-crime não passou da fase de inquérito, por falta de indícios. Ainda assim, Inês não volta para casa devido ao Acordo de Promoção e Proteção do Tribunal de Menores. Há 15 dias, os pais ficaram proibidos de qualquer contacto com a filha.

Amigos e conhecidos da família juntaram-se numa vigília frente ao Tribunal de Menores, em Évora. Pedem que Inês, agora com 16 anos, seja devolvida aos pais.

Depois da vigilia, o Juízo de Família e Menores de Évora alterou a decisão. O objetivo é transferir a Inês para um centro de acolhimento residencial, mas, como ainda não foi encontrada qualquer vaga, dá a hipótese de a jovem passar 15 dias em casa dos pais, se estes fornecerem uma avaliação psicológica favorável. Durante esse período será identificado um novo centro para acolher a Inês.

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