Foram precisos 30 anos para que se voltasse a identificar um gato-bravo no Grande Vale de Côa. O registo do animal foi feito através de foto armadilhagem e surpreendeu os investigadores.
“Quando me deparei com a primeira foto deste gato quase saltei da cadeira! É extremamente raro encontrar gatos-bravos em Portugal e, em especial, na região do Côa”, explica o biólogo Pedro Ribeiro no comunicado da Rewilding Portugal enviado à SIC.
Como este não é um método infalível, tendo em conta que é difícil distinguir esta espécie dos gatos domésticos, a confirmação só chegou depois de serem feitas análises a excrementos encontrados no terreno. A “análise de marcadores moleculares do ADN nuclear permitiu confirmar geneticamente que o animal era de facto um gato bravo”, lê-se no documento.
De acordo com o Livro Vermelho dos Mamíferos, o animal está em perigo de extinção. Estima-se que em território nacional não existam mais de cem em idade adulta.
A grande maioria das populações na Península Ibérica estão no Norte de Espanha, mas os especialistas falam de uma “extinção silenciosa a nível ibérico, principalmente no sul de Portugal e de Espanha, mas também em outras regiões da Europa”.
A Rewilding Portugal explica ainda que a perda de habitat e a hibridação com gatos domésticos são as maiores causas da dificuldade de conservação. A empresa diz que vai começar a “apoiar a esterilização dos gatos domésticos que se encontram nas proximidades desta área onde foi registado o gato-bravo, para evitar riscos de hibridação”.