País

É o “jogo do empurra”: PS e Chega afastam responsabilidades na aprovação do OE

A responsabilidade do desenho do Orçamento do Estado é do Governo, mas aprovação ou rejeição está nas mãos do Parlamento – e, em particular, nas mãos do Chega ou do PS.

Diogo Teixeira Pereira

André Palma

Afonso Guedes

Manuel Geraldo

Diogo Sentieiro

Há três grupos parlamentares que entram nas contas do Orçamento do Estado para 2025. Um deles vai garantidamente votar a favor, a responsabilidade sobra para os outros dois. Mas PS e Chega não explicam se viabilizam ou não o documento.

André Ventura afirma que a responsabilidade é do PS. Pedro Nuno Santos diz que não.

Ninguém quer dizer já o que só vai fazer lá para o final do ano, mas, no jogo das narrativas políticas, o Governo também já começou a afastar obstáculos.

O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, lembrou que se o IRS Jovem e o IRC forem aprovados já pelo Parlamento, ficam de fora da discussão orçamental - e assim "deixarão de ser uma condicionante ou uma restrição ativa” à aprovação do Orçamento do Estado para 2025.

Mas o líder socialista, Pedro Nuno Santos, pede que se deixem os “truques” políticos. “O Orçamento do Estado vai refletir tudo aquilo que for aprovado entretanto”, sustentou-

O Governo apostou tudo na dramatização. Depois do desafio do primeiro-ministro à coragem para uma moção de censura, a oposição garante que o caminho pode levar a uma viabilização do Orçamento do Estado.

O Chega garante que vai analisar o documento, conversar com o Executivo e só depois “decidir o que é melhor para o país” - mas só “se o Governo mudar a atitude que tem tido até agora”, apontou Ventura.

Pedro Nuno Santos, pelo PS, reafirma a disponibilidade “para construir”, mas diz que “aprovações no Parlamento sem negociação e sem cedência” tornam complicada uma construção conjunta.

A responsabilidade do desenho do Orçamento do Estado é do Governo. A aprovação ou rejeição está nas mãos do Parlamento. O que acontece depois ninguém sabe - e nem o Presidente dá garantias de que orçamento chumbado seja sinónimo de eleições antecipadas.

Últimas