O ensino superior tem cada vez mais importância na empregabilidade dos portugueses. E quanto maiores forem as qualificações maiores serão os salários.
O relatório "Estado da Nação", publicado pela Fundação José Neves, revela que os portugueses diplomados ganham mais 49% face aos que concluíram apenas o ensino secundário. O relatório sublinha ainda que a vulnerabilidade do mercado de trabalho à inteligência artificial já tem expressão em Portugal.
Todos os anos, a Fundação José Neves dá a conhecer o estado da educação, do emprego e das competências em Portugal. Os dados relativos a 2023 acabam de ser publicados. Mostram que o número de pessoas sem o ensino secundário completo está a diminuir. E que há cada vez mais adultos a participar em programas de educação e formação.
Apesar dos preconceitos, o Ensino Profissional tem sido cada vez mais procurado, sobretudo nos cursos das áreas tecnológicas e digitais. E há cada vez mais estudantes do ensino profissional a ingressar no ensino superior. São eles que vão ter um papel crucial no futuro, ao darem resposta às necessidades do mercado de trabalho no setor tecnológico.
Os retrocessos
Mas há indicadores onde se registou um retrocesso. É o caso do número de jovens adultos com o ensino superior que diminuiu face a 2022. No que diz respeito ao emprego, o relatório indica que a taxa de emprego dos recém-formados subiu ligeiramente em 2023 comparando com o ano anterior.
Quanto mais qualificados forem os trabalhadores, maiores são os salários. Para a população entre os 18 e os 64 anos, há uma diferença de 49% entre os que têm apenas o ensino secundário e os que têm o ensino superior.
No pós-pandemia, o mercado de trabalho recompôs-se e aumentaram as ofertas que pedem qualificações superiores, nomeadamente ao nível de mestrado.
A inteligência artificial no mercado de trabalho
A digitalização continua a ter um impacto significativo, com as empresas mais digitais a demonstrarem maior produtividade e onde se pagam melhores salários.
O relatório da Fundação José das Neves avalia também a vulnerabilidade do mercado de trabalho português face à inteligência artificial. As grandes empresas e os setores financeiro e tecnológico estão mais expostos. Já em relação aos trabalhadores o risco é acrescido para os mais qualificados, mulheres e os mais bem pagos.