Esta quarta-feira voltou a realizar-se a comissão de inquérito ao caso das gémeas. Nuno Rebelo de Sousa foi ouvido através de videoconferência mas só em teoria - decidiu invocar o direito ao silêncio, uma vez que é arguido. Ao todo terá se recusado mais de 20 vezes a responder às perguntas que lhe foram colocadas. Quem não gostou dessa atitude foram os deputados e respetivos partidos políticos.
A ausência de explicações foi alvo de várias críticas. O CDS-PP defendeu que a comissão deveria "ponderar uma participação do crime de desobediência qualificada".
Do lado do Partido Socialista (PS), o socialista João Paulo Correia também alertou que a recusa em responder à comissão de inquérito pode constituir desobediência e acusou-o de "desrespeito pela comissão e pelas pessoas que arrastou para isto", como o seu pai.
O PAN lamentou a ausência de respostas, defendeu que "a figura maior do Estado ficou prejudicada por todo este processo", nomeadamente o Presidente da República, e sugeriu "que se retirem legais consequências da ausência de resposta".
André Ventura do Chega considerou que, "ao não dizer nada, está a deixar que os órgãos de soberania fiquem mais na lama, fiquem sob suspeita". Acrescentou ainda que não há dúvidas de que houve um pedido direcionado ao Presidente da República.
Do outro lado, a deputada Joana Mortágua do Bloco de Esquerda (BE) considerou que se devem "extrair consequências" da recusa de Nuno Rebelo de Sousa em responder e que a comissão de inquérito "não pode aceitar este comportamento". A bloquista assinalou que "há muitas contradições" e "dúvidas sobre ligações" e atirou:"coincidências não explicadas são teses plausíveis".
Alguns partidos defenderam também que o silêncio de Nuno Rebelo de Sousa adensa as dúvidas e as suspeitas sobre a participação que terá tido neste caso.
Com Lusa