A ministra da Justiça, Rita Júdice, defende que o novo Procurador-Geral da República terá de ser alguém capaz de devolver a credibilidade ao Ministério Público.
Em entrevista ao Observador, a ministra diz acreditar que o Ministério Público terá de adaptar a comunicação, de forma a melhorar a perceção dos portugueses relativamente ao órgão.
Sobre o trabalho da atual PGR, Lucília Gago, não comenta, mas entende que é preciso que “algo mude” no Ministério Público e que se inicie uma nova era.
“[O Ministério Público] está muito vulnerável a algumas críticas, justas ou injustas. A verdade é que está exposto a muitas críticas e alguém tem que pôr ordem na casa.”
O atual mandato de Lucília Gago como Procuradora-Geral da República termina só em outubro, mas em março já anunciou que não estava disponível para continuar no cargo. Nos últimos meses, tem estado sob intensas críticas e pedidos de explicações devido à Operação Influencer, que levou à queda do Governo de António Costa.
O primeiro-ministro Luís Montenegro vai liderar o processo de seleção do novo nome.
Na mesma entrevista, a ministra revela que o Governo está disponível para clarificar na lei a definição do Ministério Público como uma estrutura hierarquizada. No entanto, esclarece que a organização deste órgão é clara na Constituição.